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O "Jornalismo de Causas" é Jornalismo? A pergunta é colocada por José Pacheco Pereira, na edição do Público de 18 de Abril último. Depois de Timor ou do caso do urânio empobrecido, temos agora, no plano externo, o alegado "massacre de Jenin" ou "a França contra Le Pen" e, no plano interno, o alinhamento com os renovadores do PCP. Uma explicação proposta pelo autor: "Há muitas razões para explicar o domínio do 'jornalismo de causas' em Portugal. Ele é favorecido pela relativa homogeneidade política das redacções - muito mais à esquerda do que a sociedade portuguesa -, por uma estrutura de controlo de qualidade, de "edição", muito frágil ou inexistente, pela falta de cultura geral necessária para escrever sobre política, falta de noções de história e de filosofia política básicas. Mas é acima de tudo justificado pela vontade, que se verifica ser muito mais motivadora do que a de se ser, pura e simplesmente, bom jornalista, de substituir as regras do jornalismo pela intervenção política". Margarida Santos Lopes responde no mesmo jornal, a 23 de Abril: "Sim, existe um jornalismo de causas! " e ela própria se assume como jornalista de causas. "Em duas décadas de profissão, escolhi sempre estar no campo do oprimido contra o opressor. E mudar de campo quando o oprimido se torna opressor. Não sou única". Após perguntar se Pacheco Pereira "alguma vez visitou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza", contrapõe: "Eu estive lá sete vezes, antes e depois dos Acordos de Oslo de 1993. Eu vi com os meus próprios olhos as privações e as humilhações diárias a que os palestinianos são sujeitos há 35 anos por uma potência colonial que apenas lhes oferece "bantustões independentes" e não um Estado viável. Pode-se contestar formas de resistir à ocupação, como as repugnantes bombas-humanas que apenas conduzem ao que o diário libanês "An-Nahar" descreveu como "suicídio colectivo de um povo". Mas não se pode negar o direito de resistir". Pacheco Pereira volta à carga na edição de 25 de Abril: "Eu gostaria que os leitores e espectadores, em vez de "causas", tivessem acesso a factos, que, esses sim, são relevantes para se perceber o que se passa. Os exemplos das omissões deliberadas, necessárias para não prejudicarem a "causa", são tantos que se os conhecêssemos com o relevo que mereceriam a nossa visão do problema não seria a mesma". E dá um exemplo: "O problema do "jornalismo de causas" é, como tenho insistido, que não é jornalismo, é política. É a diferença entre o "Le Monde" e o "Le Monde Diplomatique" - o primeiro é um jornal, o segundo uma revista política da esquerda antiglobalizadora. O título é o mesmo, a função completamente diferente - convinha não confundir". O debate está aberto.


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