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Elogio do crime O espectáculo está marcado para o próximo sábado ao serão. Cadastrados, condenados, criminosos serão os heróis do show que a TVI acaba de apresentar à imprensa e não se cansa de promover em antena, mesmo em horas de audiências povoadas de crianças. O programa chama-se "Eu Confesso" e será apresentado pela inevitável Júlia Pinheiro. A apresentadora de "Noites Marcianas" (na SIC) e "Gregos e Troianos" (na RTP) dava o mote, quando, com José Eduardo Moniz, enaltecia o produto perante os jornalistas: “Todos sabem que eu adoro uma boa confusão”. Não deve haver grandes dúvidas sobre o que espera os telespectadores: reconstituição de crimes, focos apontados sobre os lados mais escabrosos da vida individual e social, cenas inenarráveis de voyeurismo, ódio e vingança. Nas palavras do homem-forte do canal, teremos um programa controverso, onde não faltará a polémica. “Um programa de alto risco”, com os ingredientes todos para ser “um sucesso”.Ou me engano muito, ou estamos em vésperas de assistir a mais um salto no destempero com que as televisões comerciais têm vindo a franquear os sucessivos limiares do bom senso e do bom gosto. Desta vez, porém, pode ser que se venha a tocar numa matéria sensível: entronizar os criminosos e, implícita ou mesmo explicitamente, enaltecer o crime. De facto, depois dos sucessivos casos e escândalos que temos visto nos últimos meses, só faltava mesmo isto. Quando há dias se discutiu no Parlamento a violência televisiva, a maioria dos comentadores tomou como referencial do problema a quantidade de pontapés, murros e tiros que povoam as séries e os desenhos animados. Mas, tal como a violência dos estádios de futebol, não será um programa como "Eu Confesso" um dos mais eloquentes exemplos da violência da televisão dominante? Semanas atrás, a propósito do tratamento televisivo do escândalo da Casa Pia, julgo que foi Alfredo Barroso que escreveu um artigo no Expresso intitulado “Em directo da latrina”. Exprimia-se, como é bom de ver, em sentido figurado. Mas não tarda muito que o título se adeqúe que nem uma luva a um reality show que alguém se lembrará de produzir directamente do WC. Oxalá esteja enganado. (´Texto publicado no Diário do Minho de hoje).


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