Weblogue colectivo do projecto Mediascópio - CECS / Universidade do Minho | RSS: ATOM 0.3 |




Envie este post



Remember me (?)



All personal information that you provide here will be governed by the Privacy Policy of Blogger.com. More...



Judite de Sousa vem hoje justificar-se e justificar a RTP quanto à "conferência de imprensa" de Fátima Felgueiras, recorrendo a argumentos estimáveis mas falaciosos. Na sua coluna semanal no Jornal de Notícias, recorre a Freud para dizer que "o objecto ou o sujeito de desejo pode tornar-se um objecto ou um sujeito de rejeição" e a Dominique Wolton que considerou que os intelectuais "são, desde sempre e em todos os países, reservados ou até hostis à televisão". A apresentadora explica: "Para os políticos, Fátima Felgueiras não é uma mulher "gostável". Com o seu estilo, com a sua fuga, com os seus ataques, ela é uma figura politicamente incorrecta e os políticos não apreciam o género. Quanto aos jornalistas, uns entregam-se ao choro do perdedor, outros não conseguem compreender um "media" que os fascina, mas cuja complexidade não entendem: a informação em tempo real, a imprevisibilidade do directo, a semântica da imagem, o exclusivo controlo sobre a pergunta num directo ou num "live on tape" e a consequente impossibilidade de controlo da voz das pessoas, a grelha como espaço simbólico da televisão generalista, a gestão da antena…etc.. Quanto aos outros, alguns revelam um pensamento tão ligeirinho que o melhor… bom, o melhor é mesmo reflectirmos sobre o que nos diz um homem insuspeito, o sociólogo francês Dominique Wolton." Há dois argumentos débeis e com o seu lado falacioso na argumentação de Judite de Sousa. Um é o do grande público. O ensaio de Wolton, de meados dos anos 80, reporta-se a um panorama audiovisual que o próprio autor reconhece hoje tendencialmente em vias de extinção. O "Elogio do Grande Público" soa hoje, cada vez mais, a uma "Elegia sobre o Grande Público". A outra debilidade é que Judite de Sousa quer defender a lógica televisiva em geral, esquecendo as responsabilidades específicas do prestador de serviço público. Sobre este ponto, a autora não diz rigorasamente nada. O que não deixa de ser inquietante, embora, por outro lado, perfeitamente coerente com a orientação do seu director que só conhece a distinção entre "bom e mau jornalismo". E, a propósito, Judite de Sousa, constato que todas as posições oriundas da RTP, até hoje lidas e escutadas sobre este caso, foram todas de pura auto-justificação. Nunca um sinal, por mínimo que fosse, de valorização ou reconhecimento da validade de um argumento ou de um bocadinho de um argumento. E não foram poucas as vozes que se fizeram ouvir. Devem ser todas desses intelectuais que não compreendem a natureza do meio televisivo.


0 resposta(s) para “”

Responder





Quem somos

» Manuel Pinto
» Helena Sousa
» Luis Antonio Santos
» Joaquim Fidalgo
» Felisbela Lopes
» Madalena Oliveira
» Sara Moutinho
» Daniela Bertocchi
» Sergio Denicoli

» E-MAIL

Últimos posts

» Ainda sobre a RTP: não é edificante o teor do epis...
» Uma notícia do Frankfurter Allgemeine Zeitung refe...
» O Senado dos Estados Unidos iniciou ontem um proce...
» A organização norte-americana FAIR - Fairness & Ac...
» Leio no "Cidadão Livre", e dele cito: "Numa pesq...
» Tendo apreciado queixas de dezoito Câmaras Municip...
» Sugiro a leitura do texto "Newspapers Should Open ...
» O escândalo desencadeado pelo caso Blair, ex-jorna...
» Dois textos que deverão ir directinhos para o Blog...
» A revista Mariana, lançada há um mês pela Celditor...

Ligações


Arquivos

» abril 2002
» maio 2002
» junho 2002
» julho 2002
» agosto 2002
» setembro 2002
» outubro 2002
» novembro 2002
» dezembro 2002
» janeiro 2003
» fevereiro 2003
» março 2003
» abril 2003
» maio 2003
» junho 2003
» julho 2003
» agosto 2003
» setembro 2003
» outubro 2003
» novembro 2003
» dezembro 2003
» janeiro 2004
» fevereiro 2004
» março 2004
» abril 2004
» maio 2004
» junho 2004
» julho 2004
» agosto 2004
» setembro 2004
» outubro 2004
» novembro 2004
» dezembro 2004
» janeiro 2005
» fevereiro 2005
» março 2005
» abril 2005
» maio 2005
» junho 2005
» julho 2005
» agosto 2005
» setembro 2005
» outubro 2005
» novembro 2005
» dezembro 2005
» janeiro 2006
» fevereiro 2006
» março 2006
» abril 2006
» maio 2006
» junho 2006
» julho 2006
» agosto 2006
» setembro 2006
» outubro 2006
» novembro 2006
» dezembro 2006
» janeiro 2007

Livros

TV do futebol

» Felisbela Lopes e Sara pereira (orgs) A TV do Futebol; Porto: Campo das Letras

» Televisão e cidadania. Contributos para o debate sobre o serviço público. Manuel Pinto (coord.), Helena Sousa, Joaquim Fidalgo, Helena Gonçalves, Felisbela Lopes, Helena Pires, Luis António Santos. 2ª edição, aumentada, Maio de 2005. Colecção Comunicação e Sociedade. Campo das Letras Editores.

» Weblogs - Diário de Bordo. António Granado, Elisabete Barbosa. Porto Editora. Colecção: Comunicação. Última Edição: Fevereiro de 2004.

» Em nome do leitor. As colunas do provedor do "Público". Joaquim Fidalgo. Coimbra: Ed. Minerva. 2004

» Outras publicações do CECS

Eventos

» Conferência: A Nova Entidade Reguladora no quadro das políticas de Comunicação em Portugal (2006)

» I Congresso Internacional sobre Comunicação e Lusofonia (2005)

» Jornadas ?Dez Anos de Jornalismo Digital em Portugal: Estado da Arte e Cenários Futuros? (2005)

» Todos os eventos







Subscribe with Bloglines


Technorati Profile Powered by Blogger and Blogger Templates