O jornalismo pode matar? A pergunta não pode ter maior actualidade, depois do caso de David Kelly, e volta a ser colocada no site do Observatório de Imprensa. Leneide Duarte-Plon recorda os casos de Bérégovoy e de um outro político francês, dos anos 30, para reflectir sobre o jornalismo hoje, em conversa com o jornalista especialista francês Thomas Ferenczi. Alberto Dines, director do Observatório, escreve, a propósito do caso do cientista-conselheiro inglês e da polémica entre o governo Blair e a BBC: " (David Kelly) Não foi executado na Torre de Londres mas num patíbulo dominado pelos fantasmas dos reis-facínoras criados por Shakespeare: ** A BBC ensandecida no esforço para valorizar a sua independência no mercado internacional de TV all news. ** A mídia comercial assanhada para desmoralizar a denúncia da BBC de que o governo Blair havia "esquentado" a informação que justificaria a invasão do Iraque. ** O governo Blair desesperado com o desprestígio da adesão incondicional ao esquema troglodita da família Bush. ** Os deputados conservadores doidos para cortar o orçamento de uma empresa pública como a BBC. ** A esquerda inglesa exaltada com a possibilidade de livrar-se do perfumado neotrabalhismo de Tony Blair. ** A ferocíssima imprensa inglesa no jejum do verão, incapaz de meias medidas, pronta para crucificar o primeiro que aparecer – o mordomo da rainha, um político homossexual ou uma garota de programa. (...)"
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