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Sem advertência prévia A AACS decidiu arquivar dois processos contra a SIC porque a lei de televisão, recentemente aprovada, deixou de exigir uma "advertência prévia" dos telespectadores, relativamente a imagens e linguagem susceptíveis de chocar pessoas mais sensíveis, emitidas em horários tardios. A iniciativa partiu - pela primeira vez, ao que a AACS crê - do Instituto de Comunicação Social, "no exercício de uma louvável actividade de fiscalização da Lei da Televisão que efectivamente lhe está cometida". A matéria dos factos ocorreu em Julho último, com um documentário e um filme. A própria SIC reconheceu que se tratava de programas com "imagens particularmente violentas e linguagem chocante". Na versão anterior da lei, essa advertência expressa era obrigatória. Na nova lei, foi alterado o horário nocturno (tem início às 23 horas), mas não consta a obrigatoriedade da advertência. O texto do art. 24 da Lei de TV é o seguinte: "Artigo 24.º Limites à liberdade de programação 1 - Todos os elementos dos serviços de programas devem respeitar, no que se refere à sua apresentação e ao seu conteúdo, a dignidade da pessoa humana, os direitos fundamentais e a livre formação da personalidade das crianças e adolescentes, não devendo, em caso algum, conter pornografia em serviço de acesso não condicionado, violência gratuita ou incitar ao ódio, ao racismo e à xenofobia. 2 - Quaisquer outros programas susceptíveis de influírem de modo negativo na formação da personalidade das crianças ou de adolescentes ou de afectarem outros públicos vulneráveis só podem ser transmitidos entre as 23 e as 6 horas e acompanhados da difusão permanente de um identificativo visual apropriado. 3 - A difusão televisiva de obras que tenham sido objecto de classificação etária, para efeitos da sua distribuição cinematográfica ou videográfica, deve ser precedida da menção que lhes tiver sido atribuída pela entidade competente, ficando sujeita às demais exigências a que se refere o número anterior sempre que a classificação em causa considere desaconselhável o acesso a tais obras por menores de 16 anos. 4 - Exceptuam-se do disposto nos n.os 2 e 3 as transmissões em serviços de programas de acesso condicionado. 5 - O disposto nos números anteriores abrange quaisquer elementos de programação, incluindo a publicidade e as mensagens, extractos ou quaisquer imagens de autopromoção. 6 - As imagens com características a que se refere o n.º 2 podem ser transmitidas em serviços noticiosos quando, revestindo importância jornalística, sejam apresentadas com respeito pelas normas éticas da profissão e antecedidas de uma advertência sobre a sua natureza. 7 - O disposto no n.º 1 é aplicável à retransmissão de serviços de programas, designadamente por meio de rede de distribuição por cabo."


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