A dignidade de um realizador e de um director Só agora pude ler a coluna de Miguel Sousa Tavares, da qual deixo este apontamento: "Chama-se Ricardo Espírito Santo (um nome que associamos a outras áreas), mas este é o nome do realizador da Sport-TV que estava de serviço em Guimarães, no fatídico jogo de futebol que roubou a vida ao húngaro Mikki Fehér. Todos vimos e revimos até à náusea as imagens do último sorriso de Fehér e as imagens terríveis do jogador a dobrar-se sobre si mesmo e a cair de costas, morto. Mas havia outras imagens, ainda mais terríveis, captando de frente o rosto do jogador e que desfaziam tragicamente essa ideia com que ficámos de, ao menos isso, a sua morte ter sido fulminante e quase pacífica. Essas imagens nunca as vimos (e espero que nunca as vejamos), porque o realizador Ricardo Espírito Santo, tendo de decidir no instante, optou por não as pôr no ar e porque a direcção da Sport-TV se recusou mais tarde a cedê-las a outras estações. Devemos assim à dignidade e à sensibilidade de um realizador e do seu director termos sido poupados a um ainda mais extremo deboche jornalístico do que aquele que, durante dias, nos foi servido a pretexto da morte de um futebolista."
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