Os media, o Menino Jesus e o Pai Natal A figura do Menino Jesus foi saneada da vida pública. O golpe de estado do comércio impôs o Pai Natal. É mais neutro ideologicamente, tem mais poder aquisitivo e, apesar de idoso, pode carregar fardos de prendas e - ele sim - faz o milagre de caber na chaminé. Nos Estados Unidos da América, país em que a religião está mais presente na vida pública do que entre nós, há mesmo movimentos para eliminar qualquer vestígio que possa conotar esta quadra com uma festa religiosa. O simples presépio parece que incomoda muita gente do politicamnete correcto. O Menino Jesus, acredite-se ou nele como filho de Deus, é muito menos funcional ao sistema. Segundo a tradição nasceu de uma família humilde, no meio de palhas de gado e aconchegado por animais. Os media, esses, é que também são funcionais ao sistema, ou seja, ao negócio natalício para suporte do qual foi instituído o décimo terceiro mês. Num tempo em que o que é fixe não é ser idoso mas ser jovem ou mesmo infantil, convoca-se uma tradição estranha, expulsa-se a nossa tradição que, curiosamente, tinha por centro uma criança pobre e desconcertante. Desconcertante logo enquanto bebé: segundo a lenda, uns reis magos partiram do Oriente e seguiram uma estrela para lhe poder vir trazer presentes.
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