O segundo canal - mero problema jurídico e de gestão? Numa peça de Gonçalo Curião em que dá conta de eventuais "retoques" na Administração da RTP, o Correio da Manhã alude à anunciada intenção governamental de reintegrar A Dois na estrutura do grupo RTP. Cita a propósito declarações de Manuel Falcão, actual director do canal, segundo o qual ?a alteração [é] apenas a nível legislativo e jurídico, pois a 2: já partilha os mesmos meios com a RTP.? Esta afirmação tem tanto de verdadeiro como de embaraçoso. De facto, se o problema é meramente legislativo, onde está o envolvimento da sociedade civil, já dado como significativo, em intervenções várias, particularmente de membros do anterior governo? Não houve meios e recursos significativos que foram mobilizados por entidades dessa sociedade civil para produzir os espaços que têm tido na grelha? E acerca das medidas que o novo governo pretende adoptar: vai limitar-se à questão jurídica ou vai proessguir com a lógica do envolvimento das instituições da sociedade civil no canal? Em que quadro? A que níveis? Tal como me manifestei crítico da solução encontrada pelo governo anterior para o segundo canal, também agora tenho de dizer que seria, a meu ver, lamentável se o governo actual interviesse como se a questão do segundo canal fosse um mero problema jurídico ou de gestão. Mas o debate sobre a questão (e,em geral, sobre o serviço público) não anda em maré de grandes rasgos.
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