A rusga ao 24 Horas: inquietações As buscas na redacção do 24 Horas e na casa de um jornalista free lance, relacionadas com a revelação de alegadas escutas a políticos e altos dirigentes do Estado deixam implícita uma mensagem perturbadora. Perante o choque que a revelação do 24 Horas desencadeara e perante, nomeadamente, a iniciativa do presidente da República de convocar o procurador-geral e exigir um inquérito urgente, aquilo que vem a público resume-se no seguinte: o procurador-geral a declarar, um mês depois, que a investigação demorará o tempo que for necessário; e a polícia judiciária, logo a seguir, a vasculhar os mensageiros das notícias (cf. a este propósito, o editorial "Matem o Mensageiro", de José Manuel Fernandes). Resta saber de qual das investigações a apreensão dos computadores dos jornalistas faz parte: se da que averigua como o 24 Horas conseguiu acesso à informação, se daquela que visa esclarecer as circunstâncias das alegadas escutas. Um aparte para os jornalistas: este caso mostra (como outros recentemente já tinham mostrado) que a tecnologia constitui um elemento-chave na protecção da confidencialidade das fontes. Estar-se-á a perceber todo o alcance e consequências do facto?
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