A analogia entre o futebol e a guerra é antiga e ter-se-á sobreposto àqueloutra que pareceria ser a mais natural: a do futebol como jogo desportivo. Claro que gostei que Portugal ganhasse e vibrei com o bonito golo de Maniche. Mas é preciso dizer que, salvo alguns momentos interessantes, não foi pela prática do futebol que as duas equipas (e o árbitro) se notabilizaram, nos quase cem minutos que durou a competição. E isto por uma razão muito simples: instalou-se a regra - agora já claramente assumida -de que aquilo que interessa é ganhar, nem que seja à sarrafada. Já poucos falam no jogo: o que verdadeiramente importa é a capacidade de resistir e de atacar, o "heroísmo" (termo hoje utilizado pelo DN) no campo de combate, a arte de evitar mortos e feridos (vermelhos e amarelos). Resultado: "Portugal ganhou a guerra", escreve, com lógica, o diário El Mundo. (Foto: bola de futebol utilizada no final do séc. XIX; crédito para o site brasileito Campeões de Futebol)
E verdade! A logica do ?vale tudo? aplicou-se bem a este jogo de futebol. Questiono se nao sera um reflexo da sociedade em que vivemos, em que vale tudo para ganhar o jogo do dinheiro, empregos, fama, proveitos, etc. Actualmente, quem nao utiliza as regras desta ?guerra? dificilmente ganha o jogo. A minha unica esperanca e ver que ainda existem algumas pessoas que ?ganharam o jogo? por merito proprio, de forma honesta, seria e sem passarem por cima de ninguem nem de nenhum principio. Sao essas (rarissimas) pessoas que me inspiram a continuar a acreditar.
Num julgamento em que o proprio juiz perde a cabeca, nao perguntemos pela atitude dos arguidos. Houve uma verdadeira batalha entre as duas seleccoes no sentido de vencer a partida. No entanto, tudo poderia correr melhor se o arbito tivesse uma atitude mais acertada. Acho que, tendo em conta o ritmo com que o futebol e praticado actualmente, os arbitos deveriam ler um bocadinho mais de Psicilogia para comecarem a ?advinhar? o comportamento humano (dos jogadores, neste caso).
ERRATA: Arbito (quer dizer) Arbitro
Bem observado. ? que ultrapassou todos os limites da guerra desportiva (no bom sentido) que deve ser umn jogo de futebol ao mais alto n?vel.
Mas quando mexe connosco... Nos clubes ? a clubite, na Selec??o ?... Patriotismo?
Se Portugal entrar em guerra (a s?rio), al?m da Alian?a Europa-EUA, teremos soldados a valer, n?o haja d?vidas.
Prefiro o futebol pelo futebol e independentemente de quem joga. Com Portugal no meio perdemos lucidez. Sem Portugal, muitos nem se importam.
Mas quem gosta do jogo fica entristecido pelo espect?culo deplor?vel para o qual, ? semelhan?a de outras ocasi?es, os portugueses tamb?m contribu?ram. N?o ? pela v? gl?ria de ganhar, pelo Pa?s. Acredito cada vez mais que ? para cada um ganhar o que puder, entre o salve-se quem puder. Para isso servem Mundiais e Europeus. Depois, esses craques v?o eclipsar-se por dois ou quatro anos mais. Vejam Ronaldo...
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