Gostava hoje de responder à questão levantada pelo Prof. Manuel Pinto sobre o jornalismo de causas. Não me parece que o nome seja correcto, mas concordo com a ideia. Isto é, os jornalistas não podem apenas recolher as opiniões dos diferentes actores envolvidos numa notícia, como referiu nas Jornadas de Comunicação Social o jornalista Adelino Gomes (cuja intervenção foi fabulosa), e apresentar os resultados da sua demanda. Os jornalistas, que têm acesso privilegiado à informação, devem, sempre que se justifique, envolver-se, mostrar aos seus leitores o que realmente se está a passar, dizer quem são os "bons" e quem são os "maus". Em relação ao conflito israelo-palestiniano confesso que tenho algumas dúvidas e gostava de ter acesso a reportagens, notícias e crónicas que me ajudassem a completar a minha opinião sobre o assunto. No entanto, confesso (sei pela minha própria experiência) que não é fácil ser um jornalista envolvido civicamente. Os condicionalismos de espaço, tempo, falta de dinheiro, pressão (interna ou externa à empresa em que se trabalha) afectam o trabalho diário. Considero que os jornalistas (e os seus empregadores) deveriam reflectir sobre o tema. Já há alguma desconfiança em relação ao trabalho dos jornalistas e, com a internet e o acesso facilitado a fontes, há quem advogue o fim do jornalismo. Não concordo com esta teoria, mas acho que os jornalistas têm que rever o seu papel e a forma como trabalham. E sugiro, a propósito, um pequeno texto publicado pelo autor do Microcontent News, John Hiller, chamado "Blogging as an antidote to Big Media".
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