Parece haver tabus no jornalismo português. Vou dar um exemplo daquilo que considero um desses tabus: o debate sobre o serviço público de televisão começou a aumentar de intensidade, até ao dia em que o Governo anunciou a criação de uma dita Comissão Independente, entretanto já transformada em Grupo de Trabalho. A partir de então, as tomadas de posição dos nossos colunistas decresceu substancialmente. Acontece que alguns dos membros da referida Comissão são colunistas e jornalistas "topo de gama" dos nossos media, alguns deles com cargos directivos, como é o caso de Cáceres Monteiro e José Manuel Fernandes. Quase ninguém se atreveu a analisar a sério a composição desta comissão e o significado de tal composição. Algumas perguntas que me ponho desde há dias e que gostaria de colocar à consideração dos parceiros desta "mesa comum" e outros visitantes deste weblog: 1. Será pacífico que directores de jornais e revistas e outros "opinion makers" participem nesta Comissão, mantendo as suas funções editoriais? (Sugiro a leitura de uma notícia sobre um alegado mal-estar na Redacção do "Público" por causa da posição do seu director, notícia que vem publicada - et pour cause! - no "Diário de Notícias"). 2. Em que medida o Governo, ao meter na Comissão os principais jornalistas e colunistas que se pronunciaram sobre o assunto do serviço público, não está, em alguma medida, a calar a comunicação social e o seu papel de acompanhamento crítico desta vertente dos actos governamentais?
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