O professor e jornalista luso-brasileiro Carlos Chaparro presta uma oportuna homenagem ao ex-director do Jornal do Fundão António Paulouro, recentemente falecido, na sua mais recente coluna em O Ribatejo. Cito: "A propensão à autocensura é a mais problemática das fragilidades a combater, tanto em repórteres em início de carreira, com as convicções ainda em formação, como em repórteres veteranos em estado de adesão a acomodações convenientes. Autocensura é o sacrifício voluntário da independência, sob as razões de medos ou de interesses. Faz parte das relações de poder em que o repórter inevitavelmente se envolve, no quotidiano do seu exercício profissional - no plano interno, o poder nem sempre visível das hierarquias; no plano externo, o poder de pressão dos sistemas circundantes, do económico ao político, do ideológico ao cultural, do corporativo ao normativo. Se vasculharmos na intimidade dos processos e ambientes da produção jornalística, encontraremos outras manifestações de poderes coercitivos ou inibidores, entre eles o poder das amizades, o poder dos mais velhos, o poder dos críticos – e, nas escolas, o poder dos professores".
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