Para acompanhar a cobertura da guerra. À medida que a Administração Bush vai conduzindo a campanha, de modo a acelerar a guerra – agora também o moral das tropas “oblige”- vai saltando, de novo para a ribalta a questão da cobertura jornalística. Algumas notas dos últimos dias: * No "Público" de hoje, e sob o título "Iraque: Um Casamento Arranjado Entre Militares e Imprensa", escreve-se: "Se a tropa partir para a guerra no Iraque, fá-lo-à com centenas de jornalistas do mundo inteiro, num casamento arranjado, sem precedentes, entre a imprensa e as forças armadas norte-americanas. O Pentágono convidou os "media" a enviar mais de 500 jornalistas para as operações de combate para "cobrir" esta guerra anunciada (...)". A peça do DN sobre o mesmo assunto intitula-se "Repórteres às ordens da tropa". * Don Wycliff, do Chicago Tribune, conta como os jornalistas estão a fazer treinos intensivos sobre e para a guerra, parecendo estar a instituição militar mais colaborante com o campo jornalístico do que aquando da guerra do Golfo. Mas como salvaguardarão os jornalistas a sua independência?: “(…)Each journalist will be "embedded" in a unit, living, traveling and going into combat with it. But instead of a weapon, the journalist will wield a pen and pad or a still or videotape camera. The journalists will eat the same food, share the same sleeping quarters and endure the same hazards--including, potentially, biological or chemical attacks--as the rest of their units. But at the end of the day, they'll be expected to remain journalists, exercising an objective eye and writing critically of the people and things they observe when criticism is warranted. It's hard to imagine a stiffer test of journalistic discipline”. *Sobre este mesmo assunto se pronuncia Carol Brightman (“Pentagon's Recipe For Propaganda”), no site AlterNet. As reticências são aqui mais explícitas: “It’s time to take a close look at the Defense Department’s plan for managing the press during the impending invasion of Iraq. Called "embedding," it will position chosen reporters and photographers inside military units – not for a week but for the duration of the war. "Embedding for life," is how deputy Assistant Secretary of Defense for Public Affairs, Bryan Whitman, sees the program – which appears to be viewed a bit differently by the military than by the media”. * Num texto intitulado “War, Protest and the Press - The Failure of American Journalism”, Dave Lindorff critica com aspereza a cegueira dos grandes media comerciais, nomeadamente ao não valorizarem o significado das manifestações do passado dia 15: “Although there are clear and rational and compelling arguments being made against war both at home and abroad by professional soldiers, seasoned diplomats and millions of ordinary people, the American corporate media, both print and electronic, have become virtual parrots of the Administration line that war is necessary because Saddam Hussein is evil and a clear threat to America”. * Mário Bettencourt Resendes, no editorial que assina no “Diário de Notícias" de ontem (“Um jornalista na frente de combate”), pergunta-se por que será que um jornalista experimentado e com provadas de independência dada como é o caso do veterano Dan Rather assume claramente uma posição pró-guerra. “Julgo – escreve o director do DN - que a resposta tem a ver com os sentimentos da esmagadora maioria dos norte-americanos, que vivem os acontecimentos presentes como uma consequência inevitável dos atentados de 11 de Setembro e não entendem a quebra de solidariedade por parte dos europeus”. * Ao mesmo tempo, porém, e do lado do público norte-americano, surgem notícias que indicam estar a haver, nos últimos meses, uma crescente procura de informação junto dos media europeus. No texto “US public turns to Europe for news”, vindo a lume Sexta-feira no site (inglês) “Dot Journalism”, Elizabeth Croad escreve: “The threat of war in Iraq is driving increasing numbers of Americans to British and international news web sites in search of the broader picture. According to the internet audience management and analysis company, Nielsen NetRatings, traffic to the UK's biggest news sites, BBC News Online and Guardian Unlimited, has increased dramatically over the past year. Many of these new users are from the US”.
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