DANOS FRONTAIS Consternação e revolta: julgo ser o sentimento de muitas pessoas ao ver o desplante com que um tanque das forças que invadiram o Iraque orienta o canhão para o Hotel em que se albergam e em que trabalham dezenas e dezenas de jornalistas de todo o mundo e atira a matar. Revolta ao ler as declarações da porta-voz de Rumsfeld à Reuters: "We are at war. There is fighting going on in Baghdad. Our forces came under fire. They exercised their inherent right to self-defense".Isto pura e simplesmente não é aceitável e não pode ter outro objectivo do que deitar areia para os olhos. Mas também me tem parecido, em algumas televisões, que os jornalistas e comentadores que se encontram nos estúdios têm reagido como se estivéssemos perante meras contingências de uma guerra. Como se se tratasse de danos colaterais! Ora estes foram claramente frontais. Mais evidente não podia ser. Será que têm pruridos de chamar às coisas pelo nome, pelo facto de serem os próprios jornalistas o motivo da notícia? Hoje ouvi um especialista de estratégia dizer, na Antena 1, que este tipo de acontecimentos só mostra que os americanos estão mesmo decididos a reagir a qualquer sinal de resistência. Aguardemos que os ânimos serenem e vejamos os editoriais e comentários de amanhã.
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