O jornalista e escritor polaco Ryszard Kapuscinski recebeu ontem o Prémio Príncipe de Astúrias de Comunicação e Humanidades, juntamente com o teólogo peruano Gustavo Gutiérrez, um dos nomes de referência da Teologia da Libertação. Segundo a peça do DN sobre o assunto, "o jornalista e actualmente colaborador do New York Times e do Frankfurter Allgemeine Zeitung é tido como um dos grandes repórteres deste século, tendo acompanhado durante a sua carreira de quase 50 anos 17 conflitos ocorridos no mundo. Correspondente de guerra desde 1959, inicialmente ao serviço da Agência Polaca de Informação, Ryszard Kapuscinski tem «elevado o jornalismo ao nível da literatura», com mais de 20 livros publicados. Entre eles, as obras Imperium, sobre o fim da União Soviética, O Xá, sobre a queda do último monarca do Irão, O Imperador, dedicado ao regime absolutista de Haile Selassie na Etiópia ou ainda A Guerra do Futebol, sobre um conflito que opôs El Salvador às Honduras. Em português, estão traduzidos Ébano, que escreveu enquanto foi correspondente em Nairobi, e Mais um Dia na Vida de Angola. Pelos locais por onde passou, as suas reportagens tiveram sempre como ponto de partida o mesmo método: perder-se entre as pessoas e encontrar nelas as respostas, recusando, como um dia afirmou, o jornalismo feito a partir dos hotéis com ar condicionado". Outra Informação complementar sobre Ryszard Kapuscinski: - Nota bio-bibliográfica - James L. Aucoin escreveu sobre ele na revista científica "Journalism - Theory, Practice & Criticism" (Vol.2 -1 - 2001), o artigo "Epistemic responsibility and narrative theory : The literary journalism of Ryszard Kapuscinski" - "New censorship, subtle manipulation: Media as mirror to the world"; - An Interview with Ryszard Kapuscinski: Writing About Stuffering - Uma frase: [A journalist's] job is like a baker's work—his rolls are tasty as long as they're fresh; after two days they're stale; after a week, they're covered with mould and fit only to be thrown out. (in: "The Soccer War") - Outra frase: "Once journalism was a mission, not a career. Today there are countless people practicing journalism who feel no identification with the profession. Many of today's journalists could work in an advertising agency tomorrow, or become stockbrokers the day after." (in: "The Guardian")
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