E por falar em pseudo-eventos, vale certamente a pena ler o exercício de João César das Neves, no mesmo DN, sobre "O fim do Jornalismo". Colocando-se no ano 2020, escreve o autor: "Alguns dizem que o problema começou na viragem do século, com a obsessão mediática pelos prazeres de Bill Clinton ou a ilusória cobertura detalhada da guerra do Iraque; outros recuam até à época áurea de Watergate. Mas para lá da polémica, ninguém duvida que a morte do jornalismo profissional em 2020 tem uma origem antiga. E que o motivo está, não no excesso da censura mas na falta dela, não na falta de acesso às fontes mas no excesso dele. (...). "Assim morreu a imprensa. Literalmente. Mas não se lhe sente a falta. Hoje, quem quer informações sérias obtém-nas directamente das fontes. Pessoas, empresas, polícia, câmaras, tribunais, etc. publicam boletins na aeronet, em sites apropriados e os institutos de estatéstica e de estudos político-sociais fazem a análise.(...)". É interessante analisar a mitologia subjacente ao texto. Nomeadamente o mito das fontes de água pura, onde todos vãobeber.
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