FALCÃO N´A ESQUINA DO RIO Manuel Falcão, coordenador do anunciado Canal Sociedade, que pode vir a suceder à RTP2, acaba de entrar na blogosfera com A Esquina do Rio. Como o próprio escreve, o blog constitui uma "extensão" da coluna com o mesmo nome, que começou, também na semana finda, a publicar no Jornal de Negócios. Um dos primeiros "posts" aborda aquilo que considera ser uma "perversão" do nosso jornalismo, que caracteriza como "Jornalismo- reacção". Escreve Falcão "O método é simples: alguém toma uma posição e, de seguida, baseado numa interpretação sui-generis do contraditório, passa-se à fase em que a notícia deixa de ser o que foi anunciado, o que aconteceu de facto, para ser sobretudo a teia de reacções que são procuradas mesmo que naturalmente não existam. Ou seja, o facto deixa de ser a notícia e a notícia passa a ser o conjunto de reacções ao facto". Um comentário a esta leitura surgiu já em Outro, eu (que agora nos brinda com a voz de Dinah Washington). Carlos Vaz Marques responde propondo "uma distinção" que "pode acrescentar uma enorme diferença": "a distinção entre o jornalismo do tempo e o do espaço. Quer dizer, devem olhar-se os meios de comunicação segundo o modo como se organizam perante o receptor. E há, claramente, dois mundos: o dos meios audiovisuais (rádio e televisão) e o da imprensa escrita. No primeiro, as notícias não escolhem hora certa (para citar um dos mais felizes spots da TSF desde o primeiro momento). No segundo, o grau de arquitectura possível para quem tem a tarefa de editar um jornal ou uma revista é de outra ordem. E permite um outro tipo de ordem. Não se deve pedir aos noticiários que se sucedem no espaço radiofónico, ao longo do dia, o mesmo tipo de ordenação que se exigirá a um telejornal. E não se deve esperar de um noticiário televisivo de uma estação de informação permanente a hierarquização noticiosa de um jornal que levou 24 quatro horas a estruturar-se." A seguir.
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