Os media ao serviço do bem comum Ainda não tinha tido oportunidade de ler o documento recente dos bispos portugueses, intitulado Responsabilidade solidária pelo bem comum. É sem dúvida um quadro de referência para reflectir sobre a vida pública, que mereceu, em tons diferentes, atenção da blogosfera ( A Esquina do Rio, o Blogdemocracia, A Quinta Coluna , aaanumberone, Arte de Opinar e Catalaxia), com excepção dos blogs da "I Liga" e de muitos dos "opinion makers" dos nossos media. O documento inclui um ponto sobre o papel dos media: "Os meios de comunicação social desempenham um papel fundamental enquanto educadores informais da comunidade humana. Daí decorre a responsabilidade moral em relação ao bem da sociedade. Esta enorme capacidade, que os agentes dos meios de comunicação social possuem de interferir no bem comum, pode concretizar-se em sentido negativo, pela acentuação da violência, exploração dos instintos e tantas outras formas que denigrem a pessoa humana na sua dignidade, como em sentido positivo, pela apresentação e promoção dos valores da comunidade. Mesmo considerando que a responsabilidade moral nem sempre gera audiências nem vende jornais, não se podem considerar como critérios primeiros e exclusivos a soberania das forças do mercado livre, a preocupação exclusiva pelas audiências e pelas vendas, a preocupação em dar aos leitores, ouvintes, telespectadores e internautas apenas aquilo de que gostam e que alimentam os seus instintos mais primários. Renovamos o nosso aplauso e a nossa gratidão ?a quantos contribuem para que os meios de comunicação social estejam sempre ao serviço da verdade e do bem, da liberdade e do direito, da cultura e da solidariedade, portanto da realização pessoal e do progresso da sociedade? 18 . Uma comunicação social autêntica só tem sentido quando está ao serviço do homem e da sociedade, ao serviço da verdade e do bem. Nesse sentido, os media devem ser ponto de referência na formação dos cidadãos para a participação responsável e solidária no bem comum. O Estado tem um papel moderador importante, através de leis e políticas que sejam congregadoras e enriquecedoras dos pluralismos existentes numa sociedade aberta. ?Uma das formas de o fazer é velar por que a comunicação social não agrida nem silencie os valores que alicerçam o edifício nacional, nomeadamente os de natureza cultural e religiosa. Outra forma é suprir, no respeito do princípio da subsidiariedade, as eventuais deficiências da comunicação social privada na promoção desses valores? 19 . Uma sociedade civil desperta e actuante na afirmação e defesa da vontade colectiva e uma autoridade pública atenta e capaz ao serviço da comunidade, são essenciais para a construção do bem comum. Aqui encontra justificação o serviço público de comunicação (imprensa, rádio, televisão, internet) como um direito de todos os membros da comunidade. A ele corresponde o dever de todos, e em particular do Estado, para com a sociedade aberta, plural e heterogénea, de fomentar os valores que mais dizem à alma nacional: a arte, a cultura, a língua, as crenças, os costumes, a saúde, a segurança e a esperança num futuro melhor. Nesse conjunto, estão também incluídos os valores da espiritualidade e da religião cristã-católica, numa abertura a outras expressões religiosas." Por sinal, um ponto sem grandes novidades e, no último período, com um discurso que ganharia em clareza se se circunscrevesse à religião cristã/católica ou, se fosse essa a intenção, que me agrada mais, que referisse também as restantes religiões. Não se entende o que vem a ser "...numa abertura a".
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