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Schneidermann, Bourdieu e os ecos de uma polémica Carlos Vaz Marques (CVM), em O Outro Eu, chama oportunamente a atenção para o facto de Daniel Schneidermann, crítico de TV do jornal Le Monde que acaba de ser despedido, não ser propriamente uma figura consensual. Como não o é Arrêt Sur Images, o programa que dirigia e apresentava na F5, aos domingos. Recorda CVM a polémica surgida aquando da ida de Pierre Bourdieu ao programa de Schneidermann, que transvasou, depois, para as páginas de Le Monde Diplomatique (n.os de Abril e Maio) e esteve presente em dois livros: "Sur La Télévison" (Pierre Bourdieu, 1996) e "Le Journalisme Après Bourdieu" (D. Schneidermann, 1999). O assunto é interessante para reflexão sobre a relação dos intelectuais com a televisão. Como reconhece CVM, Arrêt Sur Images é (era?) um excelente programa em que a televisão se da(va) a si mesma como objecto de análise. E só esse facto deveria fazer Pierre Bourdieu ter outra consideração pelo programa, num quadro de deserto quase total nessa matéria. Não gostaria de discutir uma questão colocada então por Bourdieu: a de saber se as regras do jogo previamente acertadas sobre o modo como o programa decorreria foram ou não respeitadas. O que acho que merece consideração e que continua a revestir actualidade são as considerações que um e outro emitem, na sequência da polémica desencadeada, sobre o que é (ou deve ser) a televisão. Basta ler as primeiras páginas de "Sur la Télevision" para verificar que Bourdieu - sem dúvida um dos grandes mestres da sociologia do nosso tempo - tem sobre a televisão uma perspectiva estranha, insustentável e retrógrada. E isto porque a entende como um prolongamento da cátedra, uma escola de difusão do pensamento e das ideias, uma tribuna construída sobre o paradigma académico, pautada pelo registo "argumentativo e demnonstrativo". É claro que o que penso não retira mérito à análise da televisão e do jornalismo empreendida por Bourdieu. Mas julgo que, para um sociólogo e uma escola sociológica que tão aprofundadamente estudou os processos de produção, circulação e recepção dos bens culturais, não deixa de ser estranho que a produção sobre o campo mediático seja tardia e, do meu ponto de vista, bastante redutora. Por isso é que me parece que representa(va) um compromisso - imperfeito, certamente, mas interessante - entre a linguagem televisiva e a preocupação de a surpreender nos seus pressupostos e produtos. Apetece-me lançar daqui uma pergunta a Manuel Falcão e ao Canal que coordena na RTP, "A Dois": numa estação de serviço público, preocupada com a relação da sociedade com a TV, não faria sentido um programa do tipo "Arrêt sur Images"?


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