Oportunidade desperdiçada “As telenovelas e séries que a NBP vendeu à rede "Bandeirantes" vão ser dobradas por actores brasileiros, para serem retiradas expressões e palavras portuguesas desconhecidas do público do Brasil”, diz hoje o JN. “A dobragem dos textos é exigida porque "os brasileiros não entendem o Português de Portugal", como justificou o vice-presidente da Bandeirantes, Marcelo Parada, em declarações à agência Lusa”. É pena, porque seria uma boa forma de o público brasileiro ter contacto com as tais “expressões e palavras desconhecidas” e enriquecer ainda mais o seu léxico – à semelhança do que acontece em Portugal, onde, que eu saiba, nunca ninguém tomou a decisão peregrina de dobrar as telenovelas provenientes do Brasil, desde que em 1977 estreou “Gabriela, Cravo e Canela”. Palavras e expressões desconhecidas, na altura, também as havia. Mas desconfio que, hoje em dia, a maior parte das pessoas sabe o que quer dizer “xingar alguém”, “ser uma jararaca”, “parecer fajuto” ou “jogar uma peladinha”. Tanto dá que seja o português de Camões como o português de Jorge Amado – tapar os ouvidos ao que diz o outro é desperdiçar a oportunidade de alargar horizontes.
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