Weblogue colectivo do projecto Mediascópio - CECS / Universidade do Minho | RSS: ATOM 0.3 |




Envie este post



Remember me (?)



All personal information that you provide here will be governed by the Privacy Policy of Blogger.com. More...



A regulação no sector da comunicação: alguns comentários Se o Governo avançar com as propostas que são já públicas sobre a regulação da comunicação e dos media, vai ter pela frente adversários de peso. Um deles poderá ser Pinto Balsemão, dono de um dos maiores grupos mediáticos portugueses. Esse foi o tom das intervenções que fez quinta-feira à noite, em pergunta-comentário às posições da maioria, anunciadas pelo ministro Morais Sarmento, num jantar-debate organizado pela Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social. E então o que defende o Governo? Em suma, propõe que: - se mantenham duas entidades reguladoras, uma para o sector dos media e outra para as telecomunicações; - a dos media absorverá as competências da actual Alta Autoridade para a Comunicação Social (matéria com implicações na revisão constitucional, na parte respeitante a direitos, liberdades e garantias) e do Instituto de Comunicação Social (na parte respeitante ao funcionamento do mercado); - Morais Sarmento considera - di-lo no Público - que a regulação nas telecomunicações está madura, ao contrário do que aconteceria nos media. Neste último caso, a proposta da maioria, aparentemente em vias de ser "consensualizada" com o PS, passa por instituir um órgão com um conselho de administração de três ou cinco membros a nomear pela Assembleia da República, o qual, por sua vez escolherá elementos de diferentes áreas (profissionais, técnicas, académicas e outras) para duas comissões especializadas. (cf. as matérias publicadas hoje pelo Público e pelo Diário de Notícias). Balsemão reagiu dizendo que o Governo o estava a deixar preocupado. Defende a convergência entre media e telecomunicações, aposta na auto-regulação e no esvaziamento da carga política da entidade reguladora dos media. É provável que Paes do Amaral, que não esteve presente, afine pelo mesmo diapasão. As razões pelas quais o Governo (e o PS) vão noutra direcção não são necessariamente mais tranquilizadoras, mas são, apesar de tudo, mais correctas, no sentido em que posicionam o problema no plano da responsabilidade pública, e não num plano meramente técnico. Agora, do meu ponto de vista, a questão está precisamente aí: numa matéria que se liga directamente com os direitos e deveres dos cidadãos perante os media, será legítimo que um assunto desta dimensão seja "cozinhado" em gabinetes, secretarias e restaurantes e não salte para a praça pública e se torne objecto de reflexão e análise alargados? Dito de outro modo: será aceitável que um processo que visa instituir um instrumento fundamental do escrutínio público dos media não seja ele próprio escrutinado na fase da sua elaboração? A convergência entre os dois sectores parece-me, todavia, inevitável, mais tarde ou mais cedo. Aparentemente, a maioria considera que as condições ainda não estão reunidas para se avançar nessa direcção, ao contrário do que, em reforma desencadeada nos últimos anos, fez a Inglaterra (e outros países), como lembra Paulo Miguel Madeira no Público. Seria bom que fossem conhecidos os factores que levam a adoptar uma solução que vai obrigar a nova reforma, dentro de poucos anos.


0 resposta(s) para “”

Responder





Quem somos

» Manuel Pinto
» Helena Sousa
» Luis Antonio Santos
» Joaquim Fidalgo
» Felisbela Lopes
» Madalena Oliveira
» Sara Moutinho
» Daniela Bertocchi
» Sergio Denicoli

» E-MAIL

Últimos posts

» "A grande chatice" A ler, de Paquete de Oliveir...
» "Arrêt sur images" sobre a tele-realidade A pró...
» Os jornais são coisa do passado, Berlusconi dixit ...
» Cimeira Mundial: muita coisa adiada para 2005 A...
» "Expresso" tenta contornar a lei - acusa o SJ ...
» Investigação em Ciências da Comunicação - resultad...
» Fosso digital também afecta países ricos Divers...
» Diploma volta a deixar de ser obrigatório no Brasi...
» Vinte definições de blog Debbie Weil propõe, no...
» NYT: atenção aos estudantes e aos internautas N...

Ligações


Arquivos

» abril 2002
» maio 2002
» junho 2002
» julho 2002
» agosto 2002
» setembro 2002
» outubro 2002
» novembro 2002
» dezembro 2002
» janeiro 2003
» fevereiro 2003
» março 2003
» abril 2003
» maio 2003
» junho 2003
» julho 2003
» agosto 2003
» setembro 2003
» outubro 2003
» novembro 2003
» dezembro 2003
» janeiro 2004
» fevereiro 2004
» março 2004
» abril 2004
» maio 2004
» junho 2004
» julho 2004
» agosto 2004
» setembro 2004
» outubro 2004
» novembro 2004
» dezembro 2004
» janeiro 2005
» fevereiro 2005
» março 2005
» abril 2005
» maio 2005
» junho 2005
» julho 2005
» agosto 2005
» setembro 2005
» outubro 2005
» novembro 2005
» dezembro 2005
» janeiro 2006
» fevereiro 2006
» março 2006
» abril 2006
» maio 2006
» junho 2006
» julho 2006
» agosto 2006
» setembro 2006
» outubro 2006
» novembro 2006
» dezembro 2006
» janeiro 2007

Livros

TV do futebol

» Felisbela Lopes e Sara pereira (orgs) A TV do Futebol; Porto: Campo das Letras

» Televisão e cidadania. Contributos para o debate sobre o serviço público. Manuel Pinto (coord.), Helena Sousa, Joaquim Fidalgo, Helena Gonçalves, Felisbela Lopes, Helena Pires, Luis António Santos. 2ª edição, aumentada, Maio de 2005. Colecção Comunicação e Sociedade. Campo das Letras Editores.

» Weblogs - Diário de Bordo. António Granado, Elisabete Barbosa. Porto Editora. Colecção: Comunicação. Última Edição: Fevereiro de 2004.

» Em nome do leitor. As colunas do provedor do "Público". Joaquim Fidalgo. Coimbra: Ed. Minerva. 2004

» Outras publicações do CECS

Eventos

» Conferência: A Nova Entidade Reguladora no quadro das políticas de Comunicação em Portugal (2006)

» I Congresso Internacional sobre Comunicação e Lusofonia (2005)

» Jornadas ?Dez Anos de Jornalismo Digital em Portugal: Estado da Arte e Cenários Futuros? (2005)

» Todos os eventos







Subscribe with Bloglines


Technorati Profile Powered by Blogger and Blogger Templates