Provedor dos provedores Rogério Santos, do Indústrias Culturais, tem sido dos leitores mais críticos e atentos do trabalho dos provedores dos diários portugueses, o que estes provedores só podem agradecer, uma vez que realizam um trabalho que, pelo que me toca, tem muito de solitário. Começa por levantar uma questão que pode ser irrelevante se analisada numa única coluna ou edição de jornal, mas que é muito pertinente quando se considera o factor duração: as cartas dos leitores. A experiência diz-me que são muito poucos os leitores que assumem os seus direitos de cidadania neste terreno, não apenas para criticar, mas para debater, propor, apontar silêncios, cumplicidades... Sugere, neste contexto Rogério Santos que seja prestada mais atenção às cartas ao director. Concordo que os jornais, de um modo geral poderiam dar outra atenção e outra dignidade a essa forma de participação. Admito também que, em alguns casos, o conteúdo dessas cartas possa conter matéria de interesse para o provedor. Mas a ideia que tenho é que a grande maioria desses textos discute os assuntos publicados pelo jornal ou por outros media, levanta assuntos novos ou comenta o que outros leitores já escreveram. Mas é um campo a que se pode prestar mais atenção. Sem discutir, agora e aqui, a eficácia da função do provedor e os modos distintos de realizar essa função, um aspecto fundamental parece-me ser a iliteracia mediática e uma vivência democrática reduzida a um conjunto de aspectos formais. Mas estes são tópicos para um debate a prosseguir.
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