"O ruído que vai à nossa volta"
"Não dêem importância ao ruído que vai à nossa volta. O importante é o rumo que juntos traçamos para Portugal"
Pedro Santana Lopes, comunicação ao país, 11.10.2004
Duas ou três notas a propósito do modo como o primeiro ministro procurou classificar o debate público da última semana, reduzindo-o a um ruído:
- Em bom rigor, não há som ou discurso que não possa ser apresentado ou entendido como ruído. Incluindo, naturalmente, o daquele que classifica o som e o discurso de outrem como ruído.
- Desde a teoria matemática da informação, formulada por Shannon e Weaver, nos finais dos anos 40 do passado século, o ruído associa-se à entropia, ao índice de ineficiência no processo de transmissão de uma mensagem. Remete, pois, para um modelo transmissivo e funcionalista de comunicação, perfeitamente adaptável ao modelo de propaganda.
- Dentro desta concepção, o ruído pode ser entendido como tudo aquilo que perturba a comunicação. Ou seja: tudo e todos o(s) que oferecem resistência à circulação da mensagem do emissor ao receptor.
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