Superioridade moral No meio do "furacão", o Expresso "será um referencial de equilíbrio, de serenidade, de rigor, não se vergando à vontade do poder nem embarcando na paranóia por que enveredaram alguns meios de comunicação". Isto diz o seu director, a propósito das consequências de uma decantada estratégia de controlo de informação por parte do Governo e dos que, face a essa estratégia, "gritam que aí vem o fascismo". Esta é uma linha de conduta que não é nova, naquele semanário: quando mete, também ele, o pé na poça, vem assumir-se como referência de equilíbrio e de deontologia, batendo em tudo e em todos. Neste contexto, é interessante analisar a prosa de José António Saraiva. Escreve ele, no Expresso Online ("Calo democrático"): "O ambiente é de cortar à faca. Vários ministros referem-se a mudanças em órgãos de comunicação social, como se substituir o director de um jornal ou de uma estação de TV fosse o mesmo que mudar o responsável de uma fábrica de calçado". Só esquece que esta é, quanto ao seu jornal, apenas metade da verdade. A outra metade é que o seu jornal dá voz a tais fontes governamentais, como se fosse a coisa mais natural deste mundo, e, baseado nelas, dá como certas informações que se vem a verificar não serem verdadeiras. Custava assim tanto reconhecer que o jornal não andou bem? Não acontece a toda a gente? Só que a "superioridade da moral jornalística" do Expresso está para lá dessas bagatelas. Ele será "um referencial de equilíbrio, de serenidade, de rigor".
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