"Da concentração dos media" Nicolau Santos publicou nesta última edição do Expresso, no caderno de Economia, um texto de fundo sobre a concentração no sector dos media (link disponível apenas a assinantes). Além da proposta de uma periodização que faz para o período pós-25 de Abril, coloca uma questão de fundo:
"(...) Parece cristalino que uma maior concentração dos media em Portugal será boa do ponto de vista económico para os grupos, mas má para a produção de uma informação não condicionada. Em qualquer caso, a resistência a presões vai depender essencialmente da cultura da redacção, do director e, em última e decisiva instância, do presidente do grupo. É ele que, pelo seu exemplo, mantém um grupo como um espaço de liberdade. É ele que, pela sua cedência, desmoraliza as tropas".O que defende Nicolau Santos não oferecerá, em tese, discordância fundamental. Adapta-se excelentemente ao modo como ele próprio vê o grupo a que pertence o Expresso e como vê actuações recentes em outros grupos. A afirmada descrença no papel de uma entidade reguladora tem sido, também ela, assumida pelo presidente da Impresa . Eu acrescentaria esse papel. Até porque o argumento de que a Alta Autoridade é "muito pouco respeitada na classe jornalística" e se encontra "a caminho da extinção" é fraco como argumento anti-regulação. Não se sabe o que aí vem, em substituição. Mas algo virá - decorre da Constituição. E acresce que o problema da liberdade de imprensa está longe de ser um mero problema dos jornalistas e da sua relação com os seus gestores das empresas e dos grupos.
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