Fernando Lima na AACS: perguntas e perplexidades Para além do depoimento de Marcelo Rebelo de Sousa, o de Fernando Lima, também de porta aberta à comunicação social (é interessante analisar estas decisões de abrir ou fechar a porta aos media, nas audições na AACS), mostrou-se particularmente revelador - ou, pelo menos, sugestivo. Na versão do "Diário Económico": "O ex-director do DN admitiu, por outro lado, ter feito um tratado de lealdade com a administração, quando entrou no jornal, em que a direcção se comprometia a dar conhecimento prévio à administração sobre as notícias que saíssem em relação à PT. No entanto, Fernando Lima, que na próxima semana tenciona regressar ao seu lugar no Jornal de Notícias, garantiu que ?nenhuma notícia deixou de sair, nem nenhum jornalista foi condicionado?. Apenas havia o compromisso de ouvir a versão da PT, se esta assim o entendesse". A versão do "Público" sobre esta "carta de lealdade" confirma o essencial do DE, sem pormenorizar tanto. Algumas notas e perguntas sobre estes elementos noticiosos (deixando, por agora, de lado a afirmação de Fernando Lima de que terá sido vítima de "agências de informação"):
1. A existência de um "tratado de lealdade" incidindo sobre informação relativa ao grupo PT que repercussão terá tido no tratamento jornalístico independente das matérias relacionadas com o grupo
2. Será este "tratado" específico do DN ou alargava-se (alarga-se) a outros órgãos da subholding Lusomundo Media?
3. Que conhecimento de tal "tratado" teriam (têm) editores, jornalistas em geral, Conselho de Redacção...?
4. Tranquiliza saber que ?nenhuma notícia deixou de sair, nem nenhum jornalista foi condicionado?. Mas quando Lima diz que "apenas havia o compromisso de ouvir a versão da PT, se esta assim o entendesse", aqui a pergunta é inevitável: ouvir a versão da outra parte será um privilégio?
5. Há uma passagem da peça do "Público" em que o ex-director do DN se refere à eventualidade da existência de "uma cidade proibida". É quando ele diz: "Há muita coisa que não percebo. Houve muita informação que me escapou e aos meus colegas", concluiu, admitindo depois que "se calhar há uma cidade proibida". Era interessante saber o que quer Lima dizer com isto!
6. A peça que o DN traz hoje sobre o depoimento do seu-exdirector não refere este assunto (embora inclua outros temas não valorizados por outros relatos). Por sua vez, o JN (pelo menos na versão online) não traz nada sobre o caso.
Ainda sobre este assunto, vale a pena dar um salto ao Abrupto, de Pacheco Pereira.
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