Como estamos de programação televisiva para as crianças? Hoje, às 15 horas, é apresentada e discutida na Universidade do Minho, uma tese de doutoramento de Sara Pereira, intitulada "Televisão para Crianças em Portugal - um Estudo das Ofertas e dos Critérios de Programação dos Canais Generalistas (1992-2002)". Nem de propósito: o texto "Lugar dos Novos", que Pedro Strecht escreve no Público, dá plenamente o enquadramento, oportunidade e alcance desta tese. Dois excertos do artigo:
"(...) Se tivermos em conta os verdadeiros interesses e necessidades emocionais dos mais novos, o telelixo é rei na programação. Salvando-se pequenas ilhas, alguns oásis que mais não são que pontos de frescura e adequação (os seus produtores e emissores deveriam ser honestamente distinguidos), tudo o mais é um desastre tão grande que nem merece gastar espaço a comentar. (...) De mais seria pedir um compromisso aos operadores televisivos, frequentemente tão ocupados em rentabilizar economicamente os seus canais, para garantir a própria subsistência e lucro, e tão tristemente dispostos a exacerbar o pior e o mais negativo da própria natureza humana, exibindo-a aos mais novos a troco de mais nada que não seja o seu próprio condicionamento e dependência. Não saberemos nunca se quem programa determinadas grelhas tem filhos ou se se interessa genuinamente pelos filhos dos outros. Mas, a julgar pelo que tem estado à mostra, ninguém terá muitas dúvidas em responder".
0 resposta(s) para “”
Responder