Uma lição de indignidade Pilar Manjón, foi a porta-voz da Asociación de Víctimas del 11M, que compareceu anteontem perante a Comissão de Investigação que tem estado a ouvir e a interrogar diferentes actores para apurar responsabilidades sobre o que se passou antes, durante e depois dos atentados terroristas de madrid. Na intervenção que fez foi dura com os meios de comunicação, acusando-os de se interessarem pelas vítimas e seus familiares fundamentalmente por razões mercantilistas e de audiências, sem cuidarem do sofrimento que a repetição das imagens provocou e continua a provocar. Pois o que a maioria dos grandes jornais fez, ontem, foi referir apenas as críticas que (também) dirigiu aos políticos. Apenas o El País entendeu acolher a crítica: "En la medida en que estos comportamientos hayan sido generalizados, todos los medios y periodistas deberíamos extremar el cuidado y expresar nuestra consideración por las víctimas". O e-Periodistas transcreve boa parte do discurso de Pilar Manjón, intitulando-a "uma lição de dignidade". E contrapõe-no, logo a seguir, às notícias de diferentes media, que preferiram manter um silêncio ensurdecedor sobre o que fora dito acerca do papel dos media. Esta poderia ser "uma lição de indignidade" (cf. mais elementos no Periodistas 21). Fica um breve extracto da declaração de Pilar Manjón: "Condenaremos siempre a aquellos que expongan imágenes que aviven constantemente la causa de nuestro dolor. Cada vez que las imágenes se exponen sufrimos un paso atrás en ese trabajo de convivir con el dolor. Cada vez que aparecen las imágenes nos sumergimos en una, dos, tres semanas de reavivar el dolor, es volver a imaginar cómo pudieron haber muerto, especular sobre si sufrieron o no, si permanecieron con vida el tiempo suficiente para preguntarse dónde estábamos nosotros para socorrerles, dos o tres semanas de emparejar esas imágenes con los rostros de ellos. Regresan las vivencias del desconcierto, el miedo, la impotencia, el desasosiego, la vulnerabilidad, el camino a los hospitales... del caos."
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