Jornalismo e propaganda Em "Propaganda", Helena Matos escreve no Público um texto que suscita discussão. O motivo é a sugestão feita pelo chefe do Governo espanhol no sentido de os media não mostrarem imagens chocantes dos atentados do 11 de Março, na evocação do primeiro aniversário dos atentados terroristas de Madrid. Considera a jornalista que "o jornalismo de causas é uma fraude que serviu e serve para que se editem, sob a forma de notícia, conteúdos de propaganda. Os jornalistas não têm, nem devem de estar comprometidos com nada a não ser com a qualidade e o rigor do seu trabalho. Isto não invalida que pessoalmente tenham as suas causas, mas ajuda a que não coloquem as notícias ao serviço do seu ideário. Não só não mostrar as imagens dum atentado não faz qualquer sentido do ponto de vista jornalístico, como o pedido de Zapatero tem implicações políticas muito mais amplas. (...)". Concordo, no essencial, com este ponto de vista. Mas convém ver o que se quer dizer com "a qualidade e o rigor" do trabalho jornalístico. É que não se trata propriamente de um trabalho realizado em laboratório asseptizado. Há, no código da profissão, algumas causas fundamentais que o jornalismo, para o ser, não pode deixar de defender e praticar.
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