Ciberliteracia Não posso estar mais de acordo com o que escreve Miguel Gaspar no DN, a propósito do "Prós e Contras" de anteontem, dedicado ao "choque tecnológico": "Zeinal Bava, da PT, falou nos cursos que a empresa anda a fazer nas escolas e disse que a primeira etapa é ensinar as pessoas a pesquisar na Web. Agora pergunto eu pesquisar na Internet tem a ver com tecnologia ou com cultura (aposto que já há quem defenda o choque cultural)? Requer uma ciberliteracia - saber usar um motor de busca - e um capital cultural. Não vale a pena pesquisar se não se souber a diferença entre o escritor Voltaire e os Cabaret Voltaire. O primeiro erro da nossa reflexão sobre o choque tecnológico é separarmos a tecnologia da cultura. Ora, o que precisamos é de reunir a cultura tecnológica e a das humanidades. Essa é a resposta a que as empresas têm de chegar. Na era da informação já não faz sentido a dis- tinção entre as pessoas das "ciências" e as pessoas das "letras". As tecnologias da informação são tecnologias da inteligência, para usar a expressão do canadiano Pierre Lévy. Não são sapatos". O problema é que, no jargão de muitas cabeças bem pensantes, incluindo responsáveis pelas políticas educativas, já está criada a ideia de que ciberliteracia é, precisamente, saber navegar e pesquisar na web, ou pouco mais. De resto, saber utilizar as máquinas é algo que se aprende depressa. E os alunos é que ensinam, com frequência aos professores. O mais importante é a interrogação sobre o sentido da "navegação": afinal, ir para onde? Para ajudar a suscitar essa pergunta e ajudar os alunos a encontrar respostas é que se torna necessário professores. O resto é ...ampliação do mercado e do consumo mais ou menos desenfreado.
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