Caso República 30 anos depois "Quando um jornal se torna o protagonista da luta política" é o título da evocação dos 30 anos do conflito em trono do jornal República, apresentada no JN pelo jornalista João Mesquita. A decisão da Comissão Coordenadora dos Trabalhadores do jornal de sanear a Direcção de Raul Rego e Vítor Direito e de fazer do "República" um jornal "ao serviço dos trabalhadores" desencadeou uma reacção protagonizada sobretudo pelo PS, que se tornou, nas palavras de João Mesquita, "peça maior do confronto entre a legalidade institucional e a legalidade revolucionária", através da qual os socialistas "selam divórcio com as restantes forças de Esquerda". O Editorial do República, em 19 de Maio de 1975 declarava: "Elegemos uma Comissão de Trabalhadores e essa comissão afirmou, no dia 5 de Maio, que a totalidade dos seus redactores deveria colocar acima de todos os interesses a Informação, em benefício dos leitores da "República".A comissão diz hoje não à direcção literária do jornal - são elementos marcadamente antifascistas mas também marcadamente partidários. Devemos-lhes uma palavra de respeito, mas propomos que se retirem, para continuarem a merecer essa palavra". A resposta dos jornalistas do República denunciava, por sua vez: "Os jornalistas da "República" estão impedidos de exercerem a sua actividade. Uma comissão de trabalhadores exorbitando totalmente as funções para que foi eleita ("Dialogar com a direcção e a administração") está neste momento a pressionar a demissão da direcção e da chefia da redacção". Alguns dos documentos deste processo que teve não só repercussão nacional mas até internacional podem ser consultados nos sítios seguintes: - República: Histórias de uma Luta - Crise do República, cronologia do caso, feita por Manuel Catarino no CM - "A velha calúnia", uma perspectiva do lado do PCP - "O caso do jornal República", um trabalho académico. (Créditos: cartoon: Plantu/Le Monde; foto: Correio da Manhã).
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