Uma passagem intrigante Sob o título "Um golpe profundo", o centrista Manuel Queiró comenta hoje, no Público, as investigações que a justiça leva a cabo acerca de suspeitas de tráfico de influência e que envolvem ex-ministros e outras figuras do CDS. A dado passo, e depois de se congratular por a posição oficial do Partido não ter enveredado pela teoria da conspiração, Queiró escreve: "Simpatizei instintivamente com a reacção do ex-vice-presidente António Pires de Lima. Não virou a cara e não negou os danos que o caso pode provocar ao CDS. Mas, sem nunca descambar para a teoria da cabala, não deixou de colocar as instâncias responsáveis pela investigação sob uma pressão inteiramente legítima. Em democracia toda a gente deve explicações. (...) Que essa pressão se justifica demonstrou-o o tom com que a maioria dos media e os restantes partidos passaram a tratar o caso. Tem imperado a prudência, e o acento tónico foi colocado em questões gerais e abstractas, tais como a relação do poder com o financiamento dos partidos, comum a várias forças políticas. E imediatamente surgiram notícias de outras supostas investigações envolvendo outros partidos. Má consciência por verem o CDS como paradigma do autofinanciamento a partir do poder?" Conclusões, para já: - Houve uma mudança de "tom" sobre este caso, nomeadamente nos media; seria inicialmente um e passou a ser outro; - Sugere-se, ainda que indirectamente, que essa mudança de tom tem a ver com a "pressão inteiramente legítima" em que foi posta a investigação judicial; - Explicita-se a tal mudança de tom: "o acento tónico foi colocado em questões gerais e abstractas, tais como a relação do poder com o financiamento dos partidos, comum a várias forças políticas". "E imediatamente surgiram notícias de outras supostas investigações envolvendo outros partidos". "À bon entendeur..." ou estarei a tresler? Alguém quer comentar?
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