Em Roma sê romano É natural que cause algum choque a minha reacção ao tratamento informativo da prisão de Ivo Ferreira no Dubai, mas até gostava de conhecer comentários de outros "bloguistas". Na verdade, não querendo fazer juízos sobre o consumo de haxixe propriamente dito, foi com muita estranheza que assisti à permanência da notícia na agenda dos media portugueses nas duas últimas semanas. Não tenho uma noção rigorosa do tempo de exposição mediática do assunto, mas pareceu-me excessivo. Pareceu-me, aliás, que a insistente cobertura do caso se revelava a determinada altura algo conivente com os pedidos de clemência da diplomacia portuguesa, já de si discutíveis. Costuma dizer-se "em Roma sê romano". Se no Dubai é proibído o consumo de drogas, não percebo muito bem onde está o verdadeiro tópico da notícia. Na demora do decurso do processo judicial? No facto de, em Portugal, não ser crime acender um "charro"? Percebo que a diplomacia portuguesa tivesse um dever de zelar pela integridade deste cidadão, mas não terá sido excessiva a preocupação dos jornalistas nesta matéria? As insistências no contacto com Ivo Ferreira não são quase uma forma de o "vitimizar"? Terá sido ele, de facto, uma vítima ou passou apenas pelas consequências previsíveis de um acto ilícito? Tenho sobre isto muitas, muitas dúvidas... Serei excessivamente intolerante? Mas, e os portugueses explorados em Espanha, ao jeito de escravos do século XXI?
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