As fontes do "Público" e o valor das suspeitas Não faço a mínima ideia se Fátima Felgueiras (FF) acertou ou não com dirigentes do PS - ou com outras entidades - o seu regresso a Portugal. Mas o que o Público nos oferece, na sua edição de hoje, não nos esclarece muito, apesar de o assunto merecer as honras não só da manchete, mas também do editorial, assinado pelo director, José Manuel Fernandes. Vejamos o que o jornal refere:
"Ao que o PÚBLICO apurou, Fátima Felgueiras manteve, nos últimos meses, contactos com a cúpula do PS, que serviram para concertar as condições do regresso a Portugal, a par de algumas garantias recíprocas."Provas? Fontes? Elementos que comprovem ou credibilizem a informação? Ficamos a saber que FF diz que comunicou a sua decisão a José Sócrates, "pelo lugar que agora ocupa e pela consideração pessoal" que lhee merece". E ainda que:
"Fátima Felgueiras fez incluir Armando Vara e Narciso Miranda entre as testemunhas que apresentou para o julgamento (com início marcado para 11 de Outubro), sendo que o primeiro foi o coordenador nacional do partido para as eleições autárquicas de há quatro anos e Narciso Miranda o líder distrital do PS-Porto. Ontem, por entre reacções indignadas por parte de todos os partidos, Jorge Coelho evitou qualquer comentário hostil, limitando-se a dizer que as questões relacionadas com Fátima Felgueiras já não dizem respeito ao PS e que a justiça segue o seu caminho.Com a retaguarda política acautelada, os colaboradores mais próximos da edil cuidaram de preparar os aspectos jurídicos do regresso."De factual, apenas uma suspeita. Um colega jornalista ensinou-me que, num processo deste tipo, "nunca se deve esgotar todos os cartuchos na primeira descarga". Vamos ver se o jornal tem, de facto, alguma coisa para dizer, porque, até agora, disse pouco ou nada. De resto, é no mínimo intrigante o modo como José Manuel Fernandes termina o editorial sobre este assunto:
"Há perguntas incómodas que têm de ser feitas: Quem lhe deu [a Fátima Felgueiras] ordens para actuar? Com quem falou a ex-autarca socialista ou aqueles que negociaram com ela? Falou com alguém do Governo? Com alguém do partido do Governo? Algum membro do Governo sabia que ela regressava ontem? Estas perguntas podem ser injustas por conterem suspeições. Mas o país está cheio de suspeições e estas são o pior dos cancros da democracia e da confiança nas instituições. Quem puder acabar com elas que se chegue à frente".Seria pena que o Público enveredasse por um caminho de combate às suspeições através de novas suspeições. Mas aguardemos. Talvez as notícias ainda não tenham sido dadas.
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