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Leituras apressadas, interpretações subvertidas


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Leituras apressadas, interpretações subvertidas

Vem hoje no jornal Público uma notícia aparentemente favorável à Universidade do Minho e ao Departamento de Ciências da Comunicação em particular. O título sugere que os cursos de Comunicação do Minho e da Beira Interior estão bem classificados, no âmbito da avaliação externa efectuada pela Federação das Universidades Portuguesas na Primavera deste ano. Ora, desmontando o texto de Bárbara Wong é preciso anotar algumas subversões:

  • Ao contrário do que se sugere no texto, as boas classificações do Minho e da Beira Interior não decorrem do facto de a comissão ser integrada por dois professores catedráticos da Universidade bracarense e presidida por um professor da Covilhã. A leitura do relatório é explícita no que concerne à composição do júri, evidenciando-se uma clara diversidade em termos de proveniência dos membros da Comissão de Avaliação.
  • Ao contrário do que se sugere no texto, a Universidade Nova tinha um dos seus catedráticos na Comissão. Está no relatório: chama-se Manuel José Lopes da Silva e é professor catedrático jubilado da Universidade Nova de Lisboa. A jornalista teria sido prudente se tivesse procurado conhecer melhor este pormenor. É que ainda um outro professor desta universidade foi convidado a integrar a comissão e só não o fez alegando razões pessoais: estaria em sabática nos EUA.
  • Ao contrário do que se sugere no texto, os contraditórios da Técnica e da Lusófona não foram "recursos polémicos", mas "recursos de timbre polémico", o que é substancialmente diferente. Além disso, a leitura atenta do Relatório-síntese provaria que o único contraditório considerado realmente inaceitável pela comissão foi o da Universidade de Coimbra.
  • Ao contrário do que se afirma no texto, no que diz respeito aos equipamentos, a classificação de "excelente" não foi atribuída às Lusófona e Autónoma. A Autónoma foi classificada com um D (suficiente) e a Lusófona foi classificada com um C (bom). Com A (excelente) foram, na verdade, classificadas as Universidades da Beira Interior, Aveiro e a Católica do Porto.
  • Para além destes erros, o texto ganharia se expressasse outros elementos mais significativos do relatório. Por exemplo, o facto de a Universidade de Aveiro ter ficado em terceiro lugar nesta classificação, o facto de o ISMAI ter obtido nota negativa e de o Instituto Miguel Torga ter tido a pior classificação.

Das duas uma: ou eu e Bárbara Wong não lemos o mesmo relatório ou definitivamente esta notícia foi escrita na perigosa precipitação de uma leitura apressada. Não quero sequer colocar a hipótese de uma intenção deliberada de subverter o que se diz no texto do relatório (que pode ser lido aqui), mas que esta é uma notícia atabalhoada, como diz o Luís Santos no Atrium, ai isso é.


1 resposta(s) para “Leituras apressadas, interpretações subvertidas”

  1. Blogger Unknown 

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