O jornalismo e a gripe das aves Como habitualmente, a aula começou com um ponto de situação sobre a actualidade, não se tratasse de uma iniciação ao Jornalismo. Alguém, na sala, deu o mote: a cobertura jornalística da gripe das aves. Uma aluna mostra-se insatisfeita com aquilo que considera ser uma exploração sensacionalista do caso: "É um exagero o destaque que dão! Até já começam a indicar o número provável de mortos, fazendo com que algumas pessoas corram para as farmácias. Parece que estão mortinhos que tal aconteça!" Numa outra fila, outra opinião: "É importante que tratem do assunto e dêem informação. O problema está em dar informações que sejam úteis; em ouvir cientistas; em fazer recomendações". E ainda: "Era interessante aproveitar para recordar aquela que foi a última grande epidemia [a de 1918]. Ainda haverá quem guarde memórias desses tempos!" Fiquei a pensar no assunto (algo ainda comentei, na ocasião): o tema é fogo, do ponto de vista mediático. Tem todos os condimentos para o melhor e para o pior do jornalismo. Carrega fortíssimas conotações - as memórias difusas das razias das grandes pestes; o contraste entre uma ciência que se considera, por vezes, omnipotente e a fragilidade perante este tipo de situações; o mal que vem de Leste, da Sibéria, pois claro! E para cúmulo trazida por esse símbolo da vida livre e saudável que são as aves, a fugirem do frio, à procura de climas mais temperados. Um dossier a seguir com a máxima atenção.
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