Sobre os debates televisivos A imprensa de hoje analisa em vários tons o debate de ontem à noite na SIC: "cordato e morno", "morno e soporífero", "à defesa". "Nem chegou bem a ser um debate - Duas entrevistas paralelas com ligeiras trocas de sorrisos", para José Manuel Fernandes, director do Público. Se bem que para Cavaco Silva tenha sido "um debate muito vivo e esclarecedor", transparece a ideia de moderação e de falta de sal. Talvez até o secreto desejo de uns casos que apimentassem um verdadeiro espectáculo. Julgo que é importante que haja (e que sejam cumpridas) regras que permitam ouvir o que os candidatos têm para dizer e que não se atropelem todos numa confusão de que só os malabaristas da palavra e do golpe baixo podem sair ufanos. Mas é importante não tolher de todo a vivacidade e a espontaneidade, para que, em vez do debate de ideias, não tenhamos uma entrevista a dois. Desse ponto de vista, o "dispositivo cénico" é importante. A mim pareceu-me que os debatentes, para falarem olhos nos olhos, têm de olhar para o lado, visto que só com os jornalistas-entrevistadores o podem fazer. Não será um pormenor a rever? Em tempo: a Universidade Aberta - delegação de Coimbra organiza amanhã um colóquio sobre "As Eleições e a Comunicação Social". A iniciativa decorrerá às 18 horas, na Casa Municipal da Cultura, tendo por objectivo "debater modelos de abordagem das eleições, como realidade política, pela comunicação social". Intervêm António Marinho, Carlos Magno e Dinis Manuel Alves, sendo moderador Jorge Castilho.
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