E o "novo" Diário de Notícias? Sinal dos tempos é o que parece a mudança do Diário de Notícias. É pelo menos isso o que percebemos do editorial que anuncia "um jornal mais exigente". O mais curioso, parece-me, é a percepção da mudança dos ritmos. Sobretudo, tendo em conta que a questão do tempo é central nos tempos pós-modernos. Para além da velocidade que caracteriza as próprias deslocações no espaço, a nossa era é efectivamente marcada pela precipitação mediática dos acontecimentos que torna boa parte da actualidade bem mais previsível do que noutros tempos. À direcção deste "novo" DN parecem preocupar fundamentalmente os novos ritmos de leitura. O jornal "mudou porque é preciso optimizar o encontro com os leitores, facilitar a leitura, tornar o discurso mais acessível, ajudar quem lê a não perder tempo na busca de informação mais breve ou mais detalhada. (...) Mudou porque há menos tempo para ler nos dias de trabalho e outra disponibilidade nos dias de lazer. Porque há ritmos de leitura diversos num mesmo dia, numa mesma edição de jornal." Numa análise muito superficial, diria que o texto ocupa menos espaço (os textos parecem efectivamente mais pequenos) e o grafismo está mais leve (sem estar "popularucho", o que é bom). Mas espero que este aligeiramento na aparência não seja também um aligeiramento na essência do jornalismo que o Diário de Notícias faz há 141 anos.
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