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Recado para o jornalismo de referência


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Procurando controlar a revolta que é inevitável sentir-se num caso destes, eu limitava-me a sugerir ao Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas que enviasse, por carta registada, à jornalista do Diário de Notícias Maria José Margarido, uma cópia do Código Deontológico, para ela perceber o que lá diz no ponto 7: "O jornalista não deve identificar, directa ou indirectamente, as vítimas de crimes sexuais e os delinquentes menores de idade, assim como deve proibir-se de humilhar as pessoas ou perturbar a sua dor". Mas, sobretudo, essa carta registada deveria ser enviada à Direcção do DN, que volta a pespegar hoje, na primeira página, com o nome da bebé de Viseu vítima de maus tratos sexuais. É suposto ser também para isto que existe a Entidade Reguladora da Comunicação Social. Sobretudo para isto, porque, depois de tanta violação dos direitos mais elementares de uma pessoa que não fala (que não se pode defender), não é nem moral nem legalmente aceitável este alheamento e esta contumácia (aqui, aqui e aqui). E como se isto não bastasse, as rádios e TV que têm o hábito de seguir acriticamente as pisadas dos jornais, amplificam - e tornam-se, portanto, corresponsáveis - (d)os erros dos outros. Foi o caso, pelo menos, da jornalista da TSF que apresentou as notícias às 7 horas. Actualização: Judite de Sousa e a RTP1 vieram, no Telejornal de hoje, prestar mais esse serviço público de lembrar a todos os portugueses eventualmente esquecidos o nome da menina de Viseu. À atenção de J. M. Paquete de Oliveira.


9 resposta(s) para “Recado para o jornalismo de referência”

  1. Anonymous Anónimo 

    N?o servindo de desculpa, mas revelando estranheza com este post, recordo que todas as not?cias divulgadas na altura do "caso" (d?vido que tenham existido excep??es) citavam o nome da beb?. Tal como aconteceu noutros casos. ? errado e obrigado por nos alertar a todos, e n?o apenas ao DN.

  2. Anonymous Anónimo 

    Caro Filinto,
    sei muito bem que todos erramos e dificilmente deixaremos de o fazer - no jornalismo, no ensino, em tudo. Mas uma coisa e aceitar e reconhecer isso, outra e ficar calado perante a repeticao do erro. Mais: perante a exibicao do erro. Mais ainda: perante erros que envolvem uma crianca que nao se pode defender e que pelos vistos nao tem muito quem a defenda.
    Por isso nao tem que estranhar o post que escrevi. Quando o assunto surgiu, em meados de Dezembro passado, o nome da bebe foi difundido de tal modo que ainda hoje muitos cidadaos minimamente atentos se lembram de quem se trata, se lhes falarem nesse nome. Mas a questao deontologica foi levantada e a generalidade dos media corrigiu o passo. Em Marco ?ltimo, o DN (assim como a Not?cias Magazine)voltou a tratar o assunto e, de novo, escancarou o nome da crianca. Nessa altura escrevi uma nota neste blogue (cf. "Redaccao nao respeita direitos de uma crianca" - http://webjornal.blogspot.com/2006/03/redaco-no-respeita-os-direitos-de-uma.html)para manifestar indignacao com este voltar atras.
    Acha que, apos tudo o que se passou nao e grave o modo como o assunto e hoje tratado no mesmo jornal?
    E acha normal que uma jornalista experimentada como ? aquela que apresentou hoje as noticias nos servi?os noticiosos matutinos da TSF tenha pespegado o nome da beb?, ampliando o erro para todo o auditorio daquela estacao de radio?

  3. Blogger Manuel Pinto 

    O comentario anterior saiu como de autor anonimo mas e da minha autoria.
    Manuel Pinto

  4. Anonymous Anónimo 

    Desconhecia esse historial. Questionava o tom, n?o o conte?do do post, e agora percebi. Reitero o obrigado.

  5. Anonymous Anónimo 

    Fico admirado como se pode questionar, neste caso, o tom ! Muito brando. Num caso destes (basico) o tom devia ser muito mais duro.
    Verifico que o mundo da comunicacao social portuguesa continua muito melindroso e nao tem autoridade alguma para o ser. Ha uma terrivel falta de humildade que nos conduziu ate aqui.
    Prof. Manuel Pinto ... e este problema dos acentos, quando se resolve
    Ah ! E nao desista. Com este ou outro tom.

  6. Anonymous Anónimo 

    Fico admirado como se pode questionar, neste caso, o tom ! Muito brando. Num caso destes (basico) o tom devia ser muito mais duro.
    Verifico que o mundo da comunicacao social portuguesa continua muito melindroso e nao tem autoridade alguma para o ser. Ha uma terrivel falta de humildade que nos conduziu ate aqui.
    Prof. Manuel Pinto ... e este problema dos acentos, quando se resolve
    Ah ! E nao desista. Com este ou outro tom.

  7. Anonymous Anónimo 

    tal como aconteceu h? meses atr?s, acontece hoje. todos os jornais escrevem o nome da crian?a, menos um, felizmente atento ao que se escreve neste blogue (mesmo que distraido com o c?digo).
    caro francisco, acho que n?o entendeu, ou n?o quis entender.
    nota: nada tenho a ver com o DN.

  8. Anonymous Anónimo 

    Penso que entendi perfeitamente. Da? o meu coment?rio. Junta-se agora ao grupo o P?blico e a RTP (atrav?s de Judite Sousa, que deu ou d? aulas num curso de Comunica??o Social). A CS portuguesa (quem l? decide e tem responsabilidades) ? cada vez mais um pequeno estado totalit?rio dentro de um estado levemente democr?tico - aquele onde nos podemos exprimir sem sermos presos, mas apenas isso. De facto, hoje j? n?o ? preciso prender ningu?m. ? muito mais adequado soltar no vazio aqueles que t?m opini?es contr?rias.

  9. Anonymous Anónimo 

    n?o vou discordar do francisco, apenas gostaria que percebesse que queria dizer que muitas vezes o mais b?sico ? onde se falha, falo por mim e por parte dos jornalistas que conhe?o (e falo de jornalismo como poderia falar de futebol, de pol?cia, de angariar de p?blicos de concertos, etc.). o que est? em debate di?rio - ouvir a outra parte, ouvir o visado, chekar 2 e 3 vezes, ou noutros campos meter um defesa no segundo poste num canto, ou estar preparado para uma coluna de meliantes que pode vir por tr?s ou perceber quem pode fazer a ponte entre o que ? bom e o que chama muita gente ao concerto - o que est? em debate di?rio ? muito mais f?cil de gerir e sobre o qual ter uma posi??o do que algo que - felizmente por for?a das circunst?ncias - n?o ? not?cia todos os dias, como o caso de viol?ncia sobre uma beb?. n?o digo que seja menos errado por isso - fiz quest?o de por no meu jornal (e entre os meus amigos) toda a gente a ler o post do Manuel Pinto - apenas que ? preciso entender tamb?m. e ainda para mais, volto ao meu primeiro coment?rio, porque me pareceu que o erro tinha sido generalizado e n?o apenas do DN.

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