Até que ponto podem ir as "negociações" entre um jornalista e as suas fontes? Esta é a questão levantada por Jack Shaffer, num artigo intitulado "Did the New York Times just change the rules of journalism?". O artigo vem a propósito de uma peça do NYT relativa às informações prestadas às autoridades militares por um cientista que trabalhava para o ex-regime iraquiano. O problema é que a jornalista não só não foi autorizada a falar directamente com o cientista, como ainda o seu texto foi lido previamente pelas chefias militares, o que indicia alguma forma de censura. "Vale a pena perguntar se ela [a jornalista Judith Miller] e o Times não terão assegurado o 'furo jornalístico' a um preço demasiado alto", remata Shaffer. Ainda relativamente às relações entre jornalistas "embedded" e militares, o correspondente de guerra Reese Erlich escreve que "muitos dos repórteres, por vezes, confiavam nos militares como única fonte de informação". Na sua opinião, "a maior parte da cobertura mediática do [conflito no] Iraque consiste em estenografia feita para o Pentágono - e não em informação equilibrada e rigorosa, necessária numa democracia".
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