O texto semanal de Estrela Serrano no DN ("Dois pesos e duas medidas") permite tirar várias ilações, cada qual mais relevante: - mostra como uma certa "cultura jornalística" é tão renitente a reconhecer que pode errar e, mais ainda, que errou; - mostra como os jornalistas têm dificuldade em admitir que são, por vezes, manipulados pelas suas fontes de informação; - mostra ainda como existem, com alguma frequência, "dois pesos e duas medidas" no tratamento das fontes; - mostra, também, como estamos longe de um clima de "accountability" por parte dos media perante os seus públicos (recordam-se dos debates que aqui ocorrreram há umas semanas, na sequência de um texto de Pacheco Pereira?); - mostra, finalmente, que a figura do Provedor do Leitor pode, pela atenção que revela e pela clareza da tomada de posição que assume, ser um sinal de respiração na vida pública. Uma pergunta: um papel como o que Estrela Serrano aqui assume deve considerar-se como "accountability" (ou seja, uma forma de os media - neste caso, o DN - prestarem contas do que fazem) ou como uma expressão de escrutínio público?
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