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A imprensa de hoje está repleta de matéria informativa e de temas de reflexão relacionados com o campo do jornalismo e dos media. Destaco os seguintes: - desde logo, as notícias, no Público, no JN e no Diário Económico, sobre os novos rumos da NTV, com um maior entrosamento com a RTP-Porto e com nova programação a estrear a partir de segunda-feira. Está longe de ser claro oq ue pretende a Administração da RTP (e a tutela) fazer deste canal de cabo, sendo que, pessoalmente, tenho dificuldade em acreditar na viabilidade de um canal voltado para "as regiões" (estranha designação e especificidade, num país que recusou, por referendo, a regionalização). - Foram constantes, ao longo da semana, as peças de cobertura do seminário sobre os acontecimentos mediáticos, realizado no âmbito das Conferências da Arrábida, sob a coordenação de Mário Mesquita. Praticamente todos os dias, os vários jornais alimentaram o assunto. Independentemente do interesse da matéria - que é óbvio - e da qualidade de vários dos intervenientes - igualmente óbvio - é interessante notar o índice de cobertura desta iniciativa, comparado com muitas outras iniciativas igualmente importantes e interessantes. A época do ano, o local do evento, a matéria em estudo ... - O texto "Baixas de guerra", de José Manuel Fernandes (JMF), merece atenção. Segundo ele, o comportamento enviesado da BBC e os plágios e deturpações do New York Times na cobertura da guerra do Iraque fizeram destes meios de comunicação vítimas da guerra no plano jornalístico. Nesse quadro, o "Público" teria tido uma performance clara, plural, objectiva. Parece-me que, pelo menos no caso do diário norte-americano, a peça de JMF não esclarece de todo a relação entre a crise pela qual o jornal tem passado e a posição assumida na guerra do Iraque. Ao que julgava saber, apenas tangencialmente o caso do jornalista Blair se cruzava com a cobertura da guerra. Por outro lado, ao colocar o "Público" como referência na matéria, o director do jornal subavalia um aspecto que não é menor: num jornal com o lugar que o "Público" ocupa, não é irrelevante, para a avaliação do desempenho global, o facto de o próprio JMF ter feito uma óbvia, insistente e sistemática "magistratura" editorial contra a guerra e contra os argumentos daqueles que se opunham à intervenção bélica. Reconhecendo que a cobertura informativa feita pelo jornal deixou uma impressão globalmente positiva, e congratulando-me, obviamente, com esse facto, julgo que um juízo imparcial e rigoroso sobre o trabalho geral do jornal não pode deixar de lado o peso específico - quiçá decisivo - da tribuna editorial. Este é um tema que merece debate e - para não ficarmos por meras impressões e opiniões - exige estudo aturado, que certamente não deixará de ser feito.


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