Quem deve ser o dono do off ? "Quem deve ser o dono do off?", pergunta Luiz Weis, no derradeiro número de Observatório da Imprensa, do Brasil. Trata-se de retomar a discussão sobre o comportamento da BBC, no caso das informações sobre o modo como o governo de Blair lidou com o dossier das armas de destruição maciça atribuídas a Saddam Hussein. Para ele "trata-se, obviamente, de um caso extremo, em mais de um sentido da palavra, envolvendo a definição dos limites da responsabilidade jornalística no uso do off". Caso que liga com um outro: "O ombudsman da Folha, Bernardo Ajzenberg, conta na edição de domingo (20/7) que a editora-executiva Eleonora de Lucena determinou aos repórteres que devem comunicar a origem das informações em off, sempre que os seus "superiores hierárquicos" o solicitarem. E estes, "conhecendo a identidade das fontes que são mantidas no anonimato, devem cuidar da manutenção do sigilo". A preocupação da editora parece procedente. Ela acha que "o emprego de informações ?off the record? está banalizado no jornal" e, por isso, "é preciso redobrar os cuidados na apuração e os controles na edição de notícias obtidas desse modo". Luís Weis, reconhecendo que a posição da editora da Folha abre lugar para "um poderoso debate", não concorda com esta exigência: "É óbvio que isso torna mais difícil "redobrar os controles" etc. Mas o uso do off ? ou do not for attribution, para ser mais exato envolve, como estas Notas já observaram, uma cadeia de relações de confiança. Para "trás", entre repórter e fonte. E para "frente", entre repórter e chefias. E, por último, entre o jornal e o seu leitor. (...) E como em qualquer outra situação de vida, segredo compartilhado é segredo desfeito."
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