O poder no jornalismo: um estudo Rogério Santos é um reincidente. Depois ter estudado a relação entre os jornalistas e as fontes na sua dissertação de mestrado (publicada pela colecção de Comunicação da Editorial Minerva), voltou ao tema no seu doutoramento, de cuja tese acaba de publicar, na mesma editora, um pequeno caderno intitulado “Jornalistas e fontes de informação”. Trata-se da revisão da literatura sobre o tema, o que confere ao trabalho evidente unidade e manifesta utilidade. Ressalta das pesquisas de Rogério Santos, actualmente a leccionar no curso de Comunicação e Cultura da Universidade Católica, uma trajectória de teorias e de concepções, em que o centro de gravidade da relação jornalistas-fontes ora se encontra do lado dos jornalistas, ora das fontes (e, de entre estas, umas mais poderosas do que outras), ora do lado das organizações jornalísticas, ora dos grandes poderes económicos que determinariam o lugar e a função do jornalismo na sociedade. Embora se trate de orientações teóricas em alguns casos difíceis de se conjugarem entre si, mais do que factores reciprocamente exclusivos entre si, os vários elementos polaridades da relação fontes-jornalistas remetem mais para um mapa de problemáticas e de factores que interagem, em circunstâncias e contextos precisos e concretos. Estamos, assim, perante uma relação que enuncia lutas – umas vezes surdas, outras vezes ruidosas – entre agentes e instituições sociais. E é nessas lutas que se pode analisar o problema do poder no jornalismo.
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