Deontologia das entrevistas: mais uma achega Não houve um único leitor do DN que tenha questionado a provedora sobre o caso das entrevistas que são pelos jornalistas dadas a ler aos entrevistados (e eventualmente alteradas em grau maior ou menor). É o que escreve hoje Estrela Serrano, retomando o assunto que tanta polémica deu recentemente na Alemanha, com ecos noutros países. A Provedora defende um posicionamento aberto mas exigente sobre o assunto: "Antes da realização de uma entrevista, é suposto que entrevistador e entrevistado se ponham de acordo sobre um conjunto de regras que podem abranger o tema geral da entrevista, a sua extensão - se será publicada na íntegra ou com «cortes» e, neste caso, em que condições estes serão feitos - a data e o enquadramento geral em que será publicada, o formato e, eventualmente, a técnica de recolha e a possibilidade de revisão das respostas. Uma vez discutidas e aceites essas, ou outras, regras não há, em princípio, razão para surpresas." O dar a ler a entrevista, se tal tiver sido acordado, pode contribuir para uma maior fidelidade ao pensamento do entrevistado. No caso, porém, de serem, então introduzidas alterações de monta, Estrela Serrano defende que o jornalista pode adoptar uma de duas atitudes: "ou não publica a entrevista ou publica-a com as alterações introduzidas, explicando ao público o contexto em que a entrevista foi obtida, analisando o significado das declarações feitas e confrontando-as com posições anteriores do entrevistado." Para a Provedora, "não se afigura, porém, eticamente aceitável, em caso de acordo prévio sobre revisão de respostas, que o jornalista publique a entrevista se o entrevistado considera que ela não corresponde ao seu pensamento. Num trabalho em que intervêm duas ou mais pessoas, como é o caso de uma entrevista, são necessárias regras que definam o que compete a cada parte."
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