Duas semanas de imagens que abalam as consciências A primeira imagem que rompeu um tabu com mais de dez anos foi a da fotografia com os caixões de soldados norte-amercanos mortos no Iraque. Contra a vontade da administração Bush, o Seattle Times fez a sua primeira página com o assunto e a foto correu mundo e custou o emprego à fotógrafa que a divulgou. (Sobre todo o processo que levou à divulgação da foto, ver o texto do Poynter Online "Women Responsible for Coffin Image Reunite"; ver, igualmente, de Barbie Zelizer, "Which Words Is a War Photo Worth? Journalists Must Set the Standard"). Esta semana, o programa "60 Minutes II", da cadeia norte-americana CBS, foi investigar uma notícia dada pelo próprio Exército, de que 17 militares haviam sido suspensos por maltratar prisioneiros iraquianos. A investigação conduziu àquilo que os kmilitares não tinham dito: o horror da tortura mais ignóbil, com imagens que chocaram quantos as viram. O último caso, ocorrido ontem, foi a decisão da ABC de homenagear as vítimas norte-americanas da guerra no Iraque, lendo o seu nome e mostrando a respectiva fotografia. A iniciativa tornou-se motivo de controvérsia, tendo havido canais que difundem as emissões da ABC que recusaram a homenagem, argumentando que ela configurava uma "agenda política". O contra-ponto de tudo isto é a decisão da estação árabe Al Jazeera de reduzir o nível da violência das imagens na cobertura da guerra do Iraque, na tentativa de evitar represálias, nomeadamente do governo do Qatar, onde está sediada. É que a Administração Bush tem-se desdobrado em declarações e iniciativas - a última foi de Colin Powell, esta semana - tendentes a pressionar o governo daquele país para pôr a Al Jazeera na ordem, com o argumento de que o trabalho jornalístico daquele canal está a toldar as relaçõees entre os EUA e o Qatar. Amanhã é o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
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