N o t i c i o f o b i a M. Carlos Chaparro recorre a uma palavra áspera - "Noticiofobia" - para aludir ao alegado temor dos "senhores de Brasília" relativamente à "chegada matinal dos jornais". O texto vem publicado na coluna semanal do portal Comunique-se (acesso mediante registo). Aqui ficam as reflexões-conselhos deste luso-brasileiro, as quais também podem ter valia deste lado do Atlântico: "1) A comunicação não pode ser o foco preponderante do governo, nem de suas preocupações. Ela é parte importante, estratégica e tática, dos processos de governar, mas sem precisar de objetivos próprios. Porque serve a objetivos superiores, que são os do governo. 2) A imprensa não produz a atualidade. Faz parte dela, como linguagem eficaz (porque veraz) de desvendamento, relato, comentário e elucidação dos fatos da atualidade, constituindo-se espaço público, que se exige ético e confiável, onde os conflitos da democracia e da cultura se manifestam e se realizam, pela socialização e pelo confronto das ações/discursos particulares. Aí está o campo de ação do jornalismo. E a leitura dos jornais revela isso todos os dias. 3) O próprio governo precisa dos discursos divergentes, sem os quais não se produzem os conflitos e os acordos da elaboração democrática. Não se governa sobre a unanimidade. E é para o jornalismo que a divergência converge. 4) O jornalismo não tem o poder, nem a vocação, nem a atribuição, nem a competência de produzir fatos noticiáveis. Ocupa-se apenas (e já é tarefa para lá de exigente) do relato e do comentário das ações e falas de outros, sujeitos institucionais com poder e querer de interferência transformadora na realidade. 5) A aversão à crítica é uma insensatez. Para bem governar, a crítica é melhor que o elogio. Além de ajudar a localizar e a identificar problemas, e a encontrar soluções, a crítica oferece à visão governativa, e à discussão pública, o enriquecimento da pluralidade de perspectivas."
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