Alberto Dines "corrido" de colunista do Jornal do Brasil Um e-mail, enviado ontem pelo presidente do Conselho Editorial do Jornal do Brasil (JB), comunicava a Alberto Dines que deixava de ser colunista daquele jornal. Motivo: um artigo na última edição do Observatório de Imprensa, intitulado "A imprensa sob custódia", considerado ofensivo para o jornal. O artigo refere-se à (falta de) cobertura do motim numa penitenciária, que Dines considera não ter sido correcta. O poder político e mediático do Rio de Janeiro terão optado pela atitude expectante, a ver se a tempestade passava. E, na falta de imagens chocantes de uma TV submissa, os jornais mais importantes seguiram no mesmo encalce. Escreve Alberto Dines: "O ideal de Maquiavel é um Príncipe que não precisa prestar satisfações aos súditos. Hoje, quando governantes se calam é sinal de que não estão sendo pressionados a se manifestar. E esta pressão só pode ser exercida pela imprensa. (...) Pior do que a mentira é o silêncio. Inverdades acabam sendo descobertas, mas o silêncio desmobiliza, desanima os cobradores, esfria indignações. Sobretudo quando a opinião pública começa a imunizar-se com a repetição". E sobre o JB: O JB abdicou de fazer jornalismo. Parece jornal, tem periodicidade de jornal, tem os atributos formais de um jornal, tem uma história incorporada ao jornalismo brasileiro, mas neste momento é movido por dinâmica e prioridades diferentes das de um jornal. Pode até estar reinventando o jornalismo, mas este não é o jornalismo do qual foi um dos expoentes e continua sendo praticado pela maioria dos seus concorrentes. Dines Considera que estão a tentar silenciar a sua opinião, que diz estar baseada em factos, e promete responder na próxima edição do boletim do Observatório.
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