Um desafio de Pacheco Pereira aos jornalistas Oh! Outra vez Pacheco Pereira? Eu sei que Pacheco Pereira não colhe muitos favores entre boa parte dos jornalistas. Mas isso não pode e não deve inibir ninguém de tomar em devida conta os desafios que lhes lança, por enviesadas que sejam as críticas que por vezes faz aos enviesamentos dos jornalistas e por muito que tenda a meter no mesmo saco o que deveria ser distinguido. Nos últimos dias, tem vindo a sugerir que os jornalistas se têm deixado manipular por uma alegada "central de contra-informação" a favor da estratégia de Santana Lopes. E, a propósito de vários desmentidos dos factos a notícias dadas como certas, PP desafia, no Abrupto: "Está na altura dos jornalistas fazerem aquilo que sempre disseram que fariam quando as suas "fontes" deliberadamente mentem: denunciar os seus nomes". De facto, o ponto 6 do Código Deontológico dos Jornalistas admite isso mesmo: "O jornalista deve usar como critério fundamental a identificação das fontes. O jornalista não deve revelar, mesmo em juízo, as suas fontes confidenciais de informação, nem desrespeitar os compromissos assumidos, excepto se o tentarem usar para canalizar informações falsas. As opiniões devem ser sempre atribuídas". Assistimos, nos últimos dias, a uma luta terrível pela imposição da legitimidade de uma solução para a crise política aberta pelo ainda primeiro ministro Durão Barroso. E que nem sempre, dos vários lados em que os interesses se movimentam, tal tentativa de imposição se tem pautado por argumentos e pelo debate de ideias. Dir-se-ia que tudo isso é normal. Mas também deveria ser normal analisar as análises. Confrontar o que se disse com aquilo que, entretanto, se veio a saber. E ver onde é que esteve a manipulação, se a houve e quando a houve. Aparentemente, já há muita matéria sobre a mesa para trabalhar. No entanto, parece que este tipo de reflexões não tem lugar na pena dos próprios jornalistas e nos meios em que trabalham. E mesmo nos blogues a disponibilidade para os comentários e para o debate parece ser quase inexistente ou nula.
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